NOVOS NEGÓCIOS Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 310 leque de nichos e o raio de atuação da Hill+Knowlton local. Depois de firmar, em abril de 2022, uma parceria com a DGBB Comunicação, de Brasília, ele ensaia para breve novas investidas no Distrito Federal, deixando claro seu interesse por contas governamentais e de public affairs. “É um ramo novo. Queremos colocar nossa marca também em Brasília”, diz, sem dar mais pistas a respeito. Aposta em tecnologia – Já a MSL Andreoli ganhou um reforço considerável na esfera digital com o início efetivo das operações da Epsilon na América Latina, mediante a incorporação, em novembro de 2022, da argentina Retargetly. Arrematada pelo Publicis por US$ 4,4 bilhões, há quatro anos, a Epsilon, especializada em análises digitais e identificação de perfis de consumidores, juntou- -se ao núcleo high-tech do grupo francês no Brasil, instalado no QG da agência de RP, na zona sul de São Paulo. Lá estão também instaladas, entre outras empresas, a Sapient (serviços digitais), a One (planejamento e mídia), a PMX (comércio), a Performics (mídia digital) e a produtora de filmes Prodigious. “Desde o início da década passada, o Publicis vem investindo firme em tecnologias e negócios digitais”, diz Paulo Andreoli, CEO da MSL Andreoli, que em setembro de 2022 passou a contar com uma nova versão da plataforma de influenciadores digitais MSL Fluency: “Com mais de 4 milhões de criadores de conteúdos digitais cadastrados na América Latina, a Fluency identifica os influenciadores mais indicados para as estratégias de nossos clientes e monitora suas ações”. Sócio de longa data de grandes grupos globais de RP – primeiro da MSL, dos Estados Unidos, a partir de 2000, e três anos depois do Publicis, que assumiu o controle da parceria em 2010 –, Andreoli é testemunha dos altos e baixos do interesse estrangeiro pelo Brasil e a América Latina. Tão logo o grupo francês tornou-se titular de 25% de sua agência, com a aquisição da MSL, ele foi encarregado de comprar agências ao sul do rio Grande, ou seja, da fronteira de Estados Unidos e México. A missão foi cumprida com sobras: Andreoli identificou 18 negócios promissores do México à Argentina, exceto Brasil, e firmou com eles acordos de preferência na aquisição assim que suas receitas anuais atingissem a faixa de 7 a 10 milhões de euros. “Todas essas agências seguem como nossas parceiras, mas o interesse das partes foi minguando com o passar do tempo”, diz Andreoli. “O Publicis realizou compras na Ásia, principalmente China e Índia, reforçou sua presença na Europa e nos Estados Unidos e a América Latina, que passou a enfrentar dificuldades, ficou para trás. Resultado: não efetuamos nenhuma compra na região”. A história repetiu-se no Brasil. Até o início da última década, a MSL Andreoli entabulou conversações avançadas com pelo menos cinco agências de comunicação: duas médias do eixo Rio-São Paulo, uma multinacional com QG regional instalado na pauliceia, além de duas do Distrito Federal. As tratativas, no entanto, esbarraram em questões básicas de compliance. “Passivos trabalhistas gerados por desrespeitos à CLT, falta de profissionalismo na gestão e dívidas com os cofres públicos, por causa de atrasos no recolhimento de impostos, travaram as negociações”, conta Andreoli. “Uma das candidatas à aquisição pelo Publicis operava com cinco ou seis CNPJs. Não dava para seguir em frente”. Marco Antonio Sabino, CEO da Hill+Knowlton Brasil
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