Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023

COMUNICAÇÃO PÚBLICA Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 280 partindo do presidente da República e de seus aliados mais próximos e a imagem do governo foi se deteriorando. Para o ministro Paulo Pimenta, jornalista de formação e com longa trajetória como vereador e deputado, a Secom teve como primeira missão reabrir as portas do relacionamento com a imprensa. Segundo ele “acabou o tempo de falta de segurança, xingamentos e desrespeito a que assistimos contra repórteres, cinegrafistas e profissionais da imprensa, nos últimos quatro anos. Nesse período, o discurso de ódio também foi incentivado contra esses profissionais, que passaram a ser agredidos tentando exercer a profissão. O atual governo defende o direito à comunicação social, previsto na Constituição. Reestabeleceu as relações com a imprensa e vem promovendo um diálogo aberto em todos os níveis da gestão” (leia na página 288 a íntegra da entrevista com o ministro Paulo Pimenta). Para realizar esses objetivos, o caminho tem sido acidentado. Sem uma estrutura ministerial, as primeiras nomeações para a nova Secom foram retardadas em mais de 30 dias. Foi preciso esperar a edição de uma Medida Provisória, que recriou a Secretaria com status de ministério, os cargos em comissão necessários para a contratação de assessores e a montagem de um grupo de gestão de normas e contratos e só então trabalhar para ampliar a capacidade de atuação da Secom junto à Presidência e na coordenação do Sicom, o Sistema de Comunicação do Governo Federal, que tem a tarefa de articular as iniciativas de publicidade, comunicação corporativa e digital junto aos ministérios, autarquias e outros órgãos do Executivo Federal. Nova regulamentação – Essa retomada está sendo comemorada pelo mercado de comunicação, especialmente pelas empresas filiadas à Abracom (Associação Brasileira das Agências de Comunicação). Para Patrícia Marins, diretora de Assuntos Institucionais – Setor Público, “o momento é excepcional, porque há um retorno à normalidade e a tendência é que as demandas por comunicação cresçam, até porque vivemos em um cenário mais complexo do que nos primeiros mandatos do presidente Lula e será necessário um investimento maior em qualificação técnica, formação das equipes e ampliação das ações de relacionamento com diversos públicos. O mundo mudou e a comunicação se transformou com grande velocidade”. Para Patrícia, sócia-diretora da agência Oficina Consultoria, ligada ao Grupo In Press, “as agências terão um importante papel a desempenhar no desenvolvimento de uma comunicação pública mais ágil, que possa garantir a divulgação das ações governamentais, das políticas públicas e mais transparência à gestão”. O Governo Lula assumiu com um cenário de maior segurança jurídica para a contratação de agências de comunicação corporativa, relações públicas e afins. Se voltarmos à primeira gestão do atual presidente, podemos traçar uma linha do tempo, que os leitores e leitoras podem conferir nas próximas páginas. Em 2002, ano de criação da Abracom e último ano da era FHC, o governo não tinha contratos diretos com agências de comunicação corporativa. Reinava a prática nada saudável de agências de propaganda usarem seus contratos com o poder público para subcontratar empresas Patrícia Marins, sócia-diretora da Oficina Consultoria, ligada ao Grupo In Press, e diretora de Assuntos Institucionais – Setor Público da Abracom (Associação Brasileira das Agências de Comunicação)

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