Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 276 REPUTAÇÃO E GESTÃO DE CRISE troca de experiências”. Francisco Carvalho, da FC2, cita o ditado “o que não me mata, me fortalece”. E generaliza: “Os grandes progressos da humanidade acontecem por causa de crises. Sem crises não há desafios. É na crise que aflora o melhor de cada um”. Marci Ducat, da Página1, diferencia duas esferas: “A da crise em si, quando a organização se depara com oportunidades de melhorar seus procedimentos preventivos, e a da reputação, quando pode dar uma resposta e reafirmar seus valores”. Fernanda Bianchini, da Petrobras, ressalta ainda a importância da avaliação depois de passada a crise: “O pós-crise é uma fase relevante, na qual devem ser apontadas oportunidades de melhorias de processos”. Uma cuidadosa análise crítica dos fatores que levaram à crise e das medidas tomadas para a sua solução, realizada no final da tormenta, é capaz de indicar necessidades que, se bem atendidas, podem se converter em ganhos para a organização. Crise também pode ser oportunidade de aprendizado, na visão de Cristina Alves, da Danthi. Para que isso aconteça, é preciso estar atento e enxergar onde se pode mudar para ajustar processos, condutas, trabalhar campanhas internas e externas mostrando que a empresa absorveu lições importantes de uma crise e mudou. Tudo isso com mensagem adequada, sem vitimização e sem promessas vãs. Para que a oportunidade seja efetiva, “é preciso estar comprometido com a mudança e não com o erro”. Tendências A coleta e a sistematização de dados sobre a atividade devem nortear os passos da gestão de crises. Ainda que não reconhecida por todos, é inegável a influência estrangeira, que se firmou nos últimos cinco ou dez anos. Em países como Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e França existe vasta literatura sobre o tema e um grande crescimento das empresas de consultoria e de comunicação de crise. No Brasil, o processo só se acentuou nos últimos dois anos, principalmente a partir da pandemia. Para o consultor J.J. Forni, “não existe ainda uma troca de experiências nesse tema. E um exemplo que poderia ser dado é na prevenção de crises na educação, nas escolas”. Ele é autor do livro Gestão de Crises e Comunicação – O que gestores e profissionais de comunicação precisam saber, já na terceira edição. “Até há poucos anos, o Brasil não tinha uma cultura de prevenção”, prossegue. “Mas esse cenário está mudando, e as resistências aos poucos estão sendo derrubadas. Cada vez mais gestores preocupam-se em institucionalizar uma área de gestão de riscos e crises nas empresas”. Grandes empresas já o fazem, embora 54,21% Súbita Latente 45,79% 36,61% Catástrofes 4,73% Ações trabalhistas Denúncias 25,94% Demissão de executivos 5,55% Má gestão 3,95% Crime do colarinho branco 1,94% Violência no local de trabalho 1,91% Sindicatos 1,90% Discriminação 3,52% Ativistas 7,81% Assédio sexual 2,98% Outros 3,15% Resultados por categoria de crise em 2021 Fonte: Institute for Crisis Management - Annual Report 2022 Outros: Ataque cibernéticos 1,58%; Defeitos e recalls 1,10%; Aquisição forçada 0,29%; Vítimas em massa 0,11%; Incidentes ambientais 0,07%

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