Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 265 acrescenta a importância de “realizar simulações periódicas de situações críticas, o que permite testar o acionamento e o funcionamento do comitê de crise e as providências contidas no manual, para uma revisão contínua dessas ferramentas”. Claudia Vassallo acrescenta: “É necessário estabelecer, antes de qualquer crise, um núcleo duro, responsável por lidar com a comunicação nesses momentos”. Grandes corporações já fazem esse trabalho, como expõe Fernanda Bianchini: “De forma preventiva, a área de comunicação está envolvida em análises de risco prévias a tomadas de decisão. Nessas análises, a dimensão de impactos à imagem e à reputação da companhia é atentamente avaliada e os possíveis danos são alvo de plano de mitigação. A comunicação também está envolvida no monitoramento de riscos corporativos”. Bianchini indica ainda o monitoramento regular dos índices de reputação da Petrobras, o que contribui para identificar antecipadamente os danos à reputação. Mariana Scalzo, diretora de Comunicação Corporativa da Arcos Dorados/McDonald’s, adota o mesmo procedimento: “O monitoramento e o gerenciamento de crise não começam no momento em que ela acontece. Precisam fazer parte do dia a dia, com a construção de um colchão reputacional, por meio de um trabalho ativo e constante, que tem como objetivo fortalecer a reputação da empresa e dar visibilidade aos seus compromissos e à sua agenda positiva”. A maioria das agências e os departamentos de comunicação das empresas já reservam boa parte de suas energias para prevenir uma crise eventual. Na imprensa, formar “um colchão de matérias favoráveis”. A imagem do colchão de reputação positiva também foi lembrada por Myrian Vallone, com a ressalva: “Mesmo assim, a empresa vai apanhar. Por mais que haja uma estrutura preparada, nunca se sabe o que vai rolar no próximo minuto, ninguém está preparado para atuar just in time na contingência”. Lembra um tempo em que isso era muito mais fácil, mas as companhias aéreas, até enfrentarem graves acidentes, sequer tinham um formulário de passageiros no check in, hoje adotado em decorrência dos desastres. E algumas companhias agora enviam funcionários para treinamento de crise Cleber Martins, sócio e diretor geral de Operações da GBR Comunicação Marcelo Mendonça, sócio-diretor da Fato Relevante
RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=