Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 252 DIVERSIDADE, EQUIDADE E INCLUSÃO bilização pelo tema”, acrescenta Janaina Gama. Para ela, uma boa solução para convencer líderes e equipes sobre a importância desse processo é a apresentação de cases que mostrem resultados positivos não apenas para a sociedade, mas também financeiramente para a própria empresa. “No final da conta, os argumentos sobre os impactos na performance e na reputação serão, em muitos casos, os que incentivarão as lideranças a se moverem. Diversas pesquisas comprovam a relação entre inclusão da diversidade e performance organizacional, demonstrando que um grupo diverso traz para a mesa ideias diferentes, combustível para criatividade e inovação”, completa. Rogério Porto vem tentando mudar essa realidade no relacionamento com sua equipe, mas alerta que também é preciso sensibilidade para impactar colaboradores de maneira efetiva: “Percebemos que, para parte dos colaboradores, alguns temas são mais sensíveis do que outros, o que é normal, afinal, são idades, experiências e bases diferentes. Treinar equipes para se adaptarem a essa nova realidade mais inclusiva traz desafios que têm muito a ver com o que as pessoas absorveram ao longo de suas histórias, vivendo em uma sociedade preconceituosa e com pesos históricos, e o quanto estão abertos para a desconstrução. Por isso, temos extrema preocupação e cuidado em como o processo é conduzido, partindo do princípio de que cada um tem uma bagagem e um ritmo”. Na Edelman, o comprometimento das lideranças foi fundamental para a efetividade das ações de DEI e o consequente engajamento de suas equipes, explica Monica Czeszak. “A partir do trabalho que estamos desenvolvendo, percebemos que as pessoas não ficaram apenas mais felizes e empolgadas com o progresso, mas também comprometidas em questionar e impulsionar para que possamos continuar avançando. Ainda temos dúvidas e curvas de aprendizado distintas, situação comum num ambiente corporativo, o que de modo algum impede de prosseguirmos nessa busca incansável por realizar cada vez mais”. Consultorias especializadas – Assim como empresas contratam agências de comunicação para atenderem às suas demandas, agregar conhecimentos e atualizá-las sobre as novidades de um mercado extremamente dinâmico e competitivo, as agências estão percebendo cada vez mais o quão fundamental é contar com consultorias especializadas em DEI para avançarem nessa discussão. Por dialogarem diretamente com grupos minorizados, e serem majoritariamente formadas por profissionais que vivem essa realidade no dia a dia, elas assumem um papel fundamental para acelerar o processo de Diversidade, Equidade e Inclusão no ambiente corporativo, minimizando erros que podem ser extremamente prejudiciais à jornada. “O primeiro passo é ser humilde o suficiente para entender que não sabemos tudo”, provoca Kiki Moretti, que, desde que iniciou os trabalhos com foco em DEI no Grupo In Press, em 2020, já contou com o apoio de cinco consultorias, cada uma ajudando a atender demandas específicas, desde a formação do GIPlural, passando pelos treinamentos para colaboradores e produção de conteúdos inclusivos e culminando com a mudança em processos de seleção e promoção interna de funcionários. “O conteúdo das consultorias é muito denso e rico. Além disso, esses profissionais também nos ajudam no relacionamento com os clientes, promovendo encontros com CEOs, diretores e executivos, para entender as dificuldades e dores de cada um. Todo mundo está aprendendo nesse processo, por isso é tão importante contar com esse tipo de parceiro”. “Os consultores são uma parte essencial do processo e os seus conhecimentos e experiência nos ajudam a desenvolver ações e conteúdos genuínos e reais para os clientes e dentro da agência”, acrescenta Carolina Proaño. “É importante a equipe entender e conhecer os temas com os quais trabalhamos para que possa aplicá-los em seu trabalho diário e transmiti-los aos clientes e aos meios com os quais colaboramos diariamente”. Além do apoio de sua agência de comunicação para as novas demandas de DEI, a Intel mantém um trabalho permanente com pelo menos três consultorias, que ajudam em demandas como a preparação de eventos, workshops, treinamentos inclusivos e sessões de planejamento estratégico. “Elas são responsáveis, principalmente, por liderar um programa de contratação inclusiva para a Intel Brasil, ajudando na seleção de um time diversificado de candidatos e na melhoria da comunicação de vagas de empregos, além de aumentar a verdadeira representação da população”, diz Carolina Prado.
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