Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 245 do já entendeu a relevância da agenda DEI e está se movimentando na direção dessa nova realidade. A entidade, vale destacar, reúne cerca de 160 associadas e representa um setor com perto de 900 agências formais e recenseadas, mas que conta ainda com outras 600 microagências informais. No total, esse conjunto de empresas emprega mais de 18 mil pessoas e fatura perto de R$ 5 bilhões por ano. “Estamos evoluindo como profissionais de comunicação, parceiros comerciais e como sociedade”, acrescenta Rosa. “E vivendo um momento crucial e parecido. No nosso caso, vale dizer, não existe a possibilidade de trabalhar com reputação entre stakeholders ou ecossistemas sem levar em conta os princípios da diversidade, equidade e inclusão. As questões de DEI são complexas e exigem responsabilidade social e vontade das empresas para colocar ações em prática. Como consultores de comunicação, uma ferramenta importantíssima para disseminar conteúdo, informação e, sobretudo, para educar, temos de capacitar, treinar, ajudar a promover e a transformar a sociedade”. Essa nova realidade é perceptível inclusive em processos de concorrência para contratação de agências, em que as empresas passaram a cobrar cada vez mais ações claras e conhecimentos amplos sobre DEI. “Há alguns anos era muito difícil uma empresa, numa fase de concorrência, fazer perguntas sobre o que a agência faz para buscar diversidade em sua equipe. Hoje é bem mais comum e vemos isso de uma maneira positiva”, comenta Monica Czeszak, gerente sênior e líder de DEI na América Latina da Edelman. “O mercado está entendendo que apenas falar de diversidade não basta, que as ações precisam acompanhar o discurso, por isso os clientes também têm aumentado a busca por times diversos seja em suas equipes internas ou nos fornecedores”. “Hoje, numa concorrência, é bastante comum que empresas e organizações incluam formulários ESG para serem respondidos”, acrescenta Erica Benute, sócia-diretora da Analítica Comunicação. “Além disso, clientes históricos e mais antigos da agência passaram a incluir esse tema nas conversas, seja buscando ajuda para as suas próprias equipes ou cobrando diversidade no time de atendimento. Além de saudável, isso mostra o quanto a sociedade está se conscientizando e trazendo para a mesa um aspecto social antes ignorado”. Fica claro nesse movimento que não basta ser A DIVERSIDADE E A QUESTÃO RACIAL Carolina Proaño, head de DEI & Meio Ambiente da LatAm Intersect PR Rosa Vanzella, copresidente do Grupo BCW Brasil e diretora de Assuntos Institucionais para o Setor Privado da Abracom (Associação Brasileira das Agências de Comunicação)
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