RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 230 Milena Herdeiro, diretora de Operações da Ágora Public Affairs & Comunicação Estratégica é o Hospital 9 de Abril, na Província de Deus, inaugurado em 2012, que foi construído, mobiliado e equipado pela empresa”. Clientes com grande quilometragem em ESG, como a Alcoa, são muito cobiçados no mercado em razão das oportunidades de aprendizado proporcionadas às agências de comunicação no seu atendimento e da consequente valorização destas diante da concorrência. A Kubix e a Ágora são duas dessas privilegiadas. Há cinco anos na praça, a primeira executou, no fim de 2022, um puxado programa de treinamento em ESG para 120 funcionários, 80 altos executivos e 40 ‘embaixadores’ de uma grande multinacional dos ramos de higiene pessoal e alimentação. “A experiência mais interessante, de longe, foi com os ‘embaixadores’, que não são porta-vozes tradicionais habilitados a falar, por exemplo, com autoridades e jornalistas. A missão deles é divulgar o compromisso do empregador com os princípios ESG para públicos situados no seu entorno: colegas de trabalho, familiares, amigos, vizinhos etc.”, explica a sócia-diretora Cristina Iglecio. Montado com base no sacro trinômio da reputação corporativa, o ‘corpo diplomático’ da gigante global espelha, com maior força, as duas primeiras letras do acrônimo ESG. A perna ambiental tem como representantes funcionários de linhas industriais do grupo. Já o “S”, de social, esbanja diversidade, com líderes do sexo feminino, trans, negros e pessoas com deficiências. “Eles participam de eventos dentro e fora da empresa, como lives e debates, e atuam como líderes em grupos internos voltados ao debate de diversidade e inclusão”, diz Cristina, que vem recebendo demandas de caráter ESG de todos os seus 15 clientes. “É o caso, em especial, da Abihpec, entidade que reúne fabricantes de produtos de higiene pessoal, perfumes e cosméticos”. Espaço para pequenas agências – Na Ágora Public Affairs & Comunicação Estratégica, três contas com perfis bem distintos são referências da expertise do negócio em sustentabilidade. Duas são ligadas ao ramo energético: o grupo de distribuição Neoenergia, de capital espanhol, listado no FTSE4Good Index, da Bolsa de Valores de Londres, que mede o desempenho de empresas com sólidas práticas ESG; e a dinamarquesa Vestas, maior produtora de turbinas eólicas do mundo, com 5 GW instalados no Brasil. Destaque para a segunda, cujos equipamentos, produzidos desde 1979, já pouparam o meio ambiente global de emissões de 1,9 bilhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2), o equivalente a 49,5 vezes o volume de CO2 expelido pela frota paulista de veículos (15,3 milhões de automóveis, caminhonetes, vans, ônibus, caminhões e motocicletas) em 2019. “O trabalho com a Vestas nos vem proporcionando um enorme aprendizado em ESG, que consiste fundamentalmente na mitigação de riscos para reputações corporativas”, diz Milena Herdeiro, diretora de Operações da agência. “Não poderia ser de outra forma, pois a Vestas alcançou a primeira e a segunda posições, em 2022 e neste ano, respectivamente, no valorizado ranking das cem empresas mais sustentáveis do mundo elaborado pela editora canadense Corporate Knights”. Braço local da Rede Untold, cujas operações estendem-se a Argentina, Colômbia e México, a Ágora também atua em projetos sociais. Com frequência, aliás, presta serviços 100% gratuitos no segmento a alguns clientes. É o caso do IFZ (Instituto Fome Zero), criado há três anos pelo agrônomo José Graziano da Silva, ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, de 2003 a 2004, e diretor- -geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), de 2012 a 2019. “Fomos
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