Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 228 cenário local, somando quase 570 mil seguidores no País no Twitter. “A constatação reflete o baixo grau de ativismo dos CEOs das grandes companhias brasileiras, que contrasta com o de seus pares dos Estados Unidos”, diz Anatrícia. “Em vez de estabelecer um diálogo sobre ESG com a sociedade em fóruns mais plurais, como o Twitter, os líderes empresariais locais preferem concentrar seus contatos com o meio empresarial pelo LinkedIn”. O estudo contribuiu para a decolagem do novo núcleo do LLYC. A carteira, que começou a ser formada no primeiro semestre de 2022, saltou de quatro para 19 contas após a publicação das Dissonâncias, em julho. Dos 15 novos clientes, seis ainda não recorriam a nenhum serviço prestado pela casa. “Rejeitamos ainda dois contratos, pois não vimos brilho nos olhos, ou seja, comprometimento efetivo com os princípios ESG da parte desses interessados”, diz Anatrícia. A estratégia de crescimento da casa permanece a mesma. Além da produção de estudos relevantes – caso de uma nova versão de Dissonâncias do ESG com a Sociedade Civil, prevista para meados do ano –, com frequência lançando mão de ferramentas digitais, o LLYC Brasil conta desde agosto com um conselho consultivo. O time é formado por 15 experts em temas diversos, como Paulo Feldmann, professor da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo), Renata Camargo, fundadora da BlackID, consultoria especializada em diversidade e inclusão, e Roberto Brandt, ex- -representante da Argentina em organismos como o WPC (Conselho Mundial do Petróleo), a IGU (União Internacional do Gás) e o WEC (Conselho Mundial da Energia). “A multidisciplinaridade estende-se ao atendimento”, diz Anatrícia. “Se recebemos uma demanda ESG, agregamos pelo menos mais duas especialidades ao processo, como inteligência de dados e relações com stakeholders”. Lições de grandes clientes – No Grupo CDI, a sustentabilidade ganhou status prioritário em 2021. A principal iniciativa foi a criação de um conselho de especialistas integrado por Vanessa Pinsky, o ecólogo Carlos Alberto Silva, diretor de ESG da consultoria Mazars, e Cássio Clemente, presidente há 17 anos da Apae-SP (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo) e CEO da consultoria EquiSocial. “Sentimos a necessidade de contar com o apoio de profissionais parrudos para fazer frente às demandas ESG, que se intensificaram e ganharam complexidade durante a pandemia da Covid-19”, diz Anaísa Silva, diretora de Atendimento, Gestão de Imagem e ESG. A experiência pregressa também garantiu pontos valiosos para o CDI em meio à onda de valorização da sustentabilidade como elemento central das reputações corporativas no mercado. Dois marcos decisivos, ambos com a participação de Anaísa, foram a divulgação, em 1998, da primeira soja transgênica lançada no País pela Monsanto, que gerou protestos do Green Peace e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), e o trabalho de comunicação e RP desenvolvido para a Alcoa, nos anos 2000, para a implantação de uma mina de bauxita em Juruti, no Pará. “Antes mesmo de conseguir a licença de exploração da mina, a Alcoa havia apresentado o plano às comunidades daquela região”, diz Anaísa. “Ainda assim, enfrentamos resistências”. Com o apoio da Temple Comunicação, de Belém, a executiva permaneceu por quatro meses em Juruti, em 2005, e embarcou literalmente na empreitada. Durante 45 dias, ela saía de barco às sete Anaísa Silva, diretora de Gestão de Imagem e ESG do Grupo CDI

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