Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 227 vernança, ética etc. Não dava mais para mantê-la aos cuidados do time de RP”, diz a sócia-diretora Tatiana Coura. A Juntos herdou da controladora 22 clientes e 20 profissionais, entre contratados e freelancers. Comandada pelo jornalista Marcelo Vieira da Silva Dias, a equipe é eclética. Dispõe de duas engenheiras ambientais, estatísticos, economistas e um cientista social, além de jornalistas especializados – caso do próprio Dias, que acumula no currículo passagem pelo Grupo Report e uma pós-graduação em gestão estratégica da sustentabilidade na FIA Business School. “Uma de nossas tarefas é levar a sustentabilidade para a comunicação. Estamos capacitando a equipe de RP da Approach no tema, que vem gerando consultas crescentes dos clientes do grupo”, diz Dias, diretor de Sustentabilidade, ESG e Responsabilidade Social Corporativa da Juntos. Carro-chefe da operação, a produção de relatórios de sustentabilidade, que teve início há sete anos, continua em alta. As encomendas saltaram de 12 para 20, entre 2022 e o início deste ano, e tendem a aumentar, pois sete outras propostas estavam em negociação durante a apuração desta reportagem, em março. Além dos compêndios, a Juntos providencia estratégias de divulgação dos relatórios para vários públicos em diferentes formatos e canais. “Algumas opções são vídeos curtos, versões executivas e resumos de uma página para smartphones”, diz Dias. A tendência a médio prazo, contudo, é de expansão da fatia nas receitas de serviços com maior valor agregado já prestados pela Juntos. A lista inclui apresentações dos caminhos das pedras a empresas interessadas em ter ações listadas em índices de bolsas de valores, receber sinais verdes da CGU (Controladoria Geral da União) para programas de integridade e elevar notas em ratings sustentáveis para garantir acesso a capitais e financiamentos a custos menores. “A ideia é ganhar espaço em consultoria”, diz Dias. “Para isso, teremos de trazer novos especialistas para a equipe, como biólogos, engenheiros florestais, sociólogos, historiadores e antropólogos”. Mesmo sem recorrer a “cirurgias” na própria carne, como as executadas por Imagem Corporativa e Approach, várias outras agências de comunicação estão abrindo espaço em suas estruturas para divisões voltadas à sustentabilidade. Em 2022, por exemplo, o grupo espanhol LLYC deu a partida, em sua operação brasileira, numa área dedicada a ESG, que em janeiro ganhou nova nomenclatura: Gestão de Stakeholders – ESG, Assuntos Públicos e Comunicação Financeira. A direção foi entregue à jornalista Anatrícia Borges, com passagens por Petrobras, Iberdrola, Ação Comunitária do Brasil e pelo mesmo LLYC, na década passada. “O núcleo foi estruturado para garantir valor aos clientes, claro, e com o propósito de gerar conhecimento”, diz Anatrícia. Tal compromisso é uma das marcas registradas do LLYC, que produz regularmente estudos de fôlego sobre temas diversos, sobretudo comunicação e sustentabilidade. Alguns dos destaques são Mulheres Sem Nome e Polarização Vicia, lançados neste ano, e Dissonâncias do ESG com a Sociedade Civil, de 2022, que teve grande repercussão. O trabalho analisou 3,3 milhões de menções – 2,8 milhões nos Estados Unidos, 536,3 mil no Brasil – do acrônimo ESG na web, incluindo conteúdos divulgados pelas cem maiores empresas brasileiras, entre 2019 e 2021. Executada a tarefa, o levantamento concluiu, para surpresa geral, que o movimento Sleeping Giants, voltado à desmonetização de negócios que propagam notícias falsas e discursos de ódio, lidera o debate sobre ESG no Anatrícia Borges, diretora de Gestão de Stakeholders – ESG, Assuntos Públicos e Comunicação Financeira da LLYC
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