RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 226 “A sustentabilidade já estava em pauta há tempos no relacionamento com os clientes, para os quais prestávamos atendimentos pontuais na área”, diz o CEO Ciro Dias Reis. “Mas concluímos que era preciso contar com um núcleo específico, para garantir relevância no longo prazo”. A decisão foi tomada durante a 21ª Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas, a COP 21, realizada em 2015, em Paris. Reis, que havia participado da Rio 92, ficou impressionado com a quantidade e o engajamento de empresários e CEOs de grupos globais, que dividiram espaço no evento com chefes de Estado e autoridades do naipe do estado-unidense John Kerry, secretário de Estado durante o segundo mandato do ex-presidente Barack Obama (2013-2017). “Percebi, então, que a agenda ESG era irreversível. Se na Rio 92 a bandeira da sustentabilidade era quase que exclusiva de governos e ONGs, em Paris, 23 anos depois, ela estava também nas mãos de montadoras e outras grandes marcas, todas empenhadas em valorizar este hoje valorizado ativo reputacional”, diz Reis, que à época tratou de pegar carona na COP 21: “Promovi no Grand Palais um debate sobre meio ambiente no Brasil com quatro empresas”. Com cinco profissionais fixos em seu quadro, a Walk4Good recorre regularmente a mais de 12 especialistas. Chefiada pela sócia-diretora Glaucia Terreo, que esteve 15 anos à frente da operação local da GRI, a equipe, após a safra de relatórios do primeiro semestre, dedica-se na segunda metade do ano a treinamentos, análise de cenários, programas de relacionamento, produção de conteúdos, definição de políticas de longo prazo em ESG etc. “São trabalhos bem mais complexos e demorados do que, por exemplo, a produção e a aprovação de releases”, diz Reis. “Primeiro, é preciso coletar e checar dados com fontes sem muito tempo para prestar informações, como áreas industriais das empresas, para a estruturação de propostas. Depois, o processo envolve aprovações de outros interlocutores nos clientes”. Cirurgias na própria carne – Já a Approach reforçou recentemente sua aposta em negócios sustentáveis, cujo ponto de partida foi o lançamento, em 2011, da marca Green, de serviços com viés socioambiental. O grupo carioca, que conta com postos avançados em São Paulo, Brasília e Lisboa, anunciou há um ano a criação, em meio a um processo de segmentação, da Juntos, unidade encarregada de atender a demandas da agenda ESG. A decisão já vinha sendo matutada há tempos. “A sustentabilidade ficou mais complexa e ganhou novas vertentes: investimento social privado, goTatiana Coura, sócia-diretora da Approach Marcelo Vieira da Silva Dias, diretor de sustentabilidade, ESG e responsabilidade social corporativa da Juntos
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