Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 149 Crescemos como nunca em meio à pandemia RADIOWEB Paulo Gilvane Borges: ampliação do escopo de atuação, com a produção de “rádio releases”, podcasts, spots, projetos especiais e rádios online para empresas e serviço de monitoramento de áudios De forma paradoxal, a Radioweb cresceu a taxas nunca registradas em sua trajetória, iniciada em janeiro de 2001, no período de 2020 a 2022, ou seja, em meio à pandemia da Covid-19, a maior crise sanitária global em mais de cem anos. Logo no início do triênio, a expansão da demanda de clientes privados, empenhados em ampliar a comunicação com seus públicos durante o isolamento ditado pela doença, compensou com sobras a retração momentânea do setor público. O impacto efetivo do aumento das receitas sobre o resultado manifestou-se de forma efetiva a partir de 2021, quando a agência de produção de notícias para rádio, com origem no Sul do País e que soma 2.200 emissoras filiadas, reduziu drasticamente os custos de suas operações em São Paulo e Brasília. “A partir da segunda metade de 2021 e do primeiro semestre de 2022, além de conseguirmos renegociar contratos na área pública, conquistamos novos clientes públicos e privados”, diz o diretor-geral Paulo Gilvane Borges. “Com a equipe, negociamos reduções de jornada e de remuneração de forma proporcional no início da pandemia. Mas logo voltamos à normalidade e, inclusive, ampliamos o time: hoje somos 70 pessoas, 40 dos quais jornalistas profissionais”. A temporada de 2023 também promete. Depois de um primeiro bimestre com números “surpreendentes”, na avaliação de Borges, o negócio passou, em março, por um processo de reestruturação que ampliou o seu escopo de atuação. Os conteúdos jornalísticos para emissoras de rádio, carro-chefe da casa, ganharam a companhia de dois novos segmentos: a produção de “rádio releases”, podcasts, spots, projetos especiais e rádios online para empresas; e a prestação de serviços de monitoramento, a cargo de um software que audita qualquer áudio irradiado, jornalístico, musical ou publicitário, oferecendo aos clientes um sistema de métricas. “Acreditamos que 2023 poderá ser o nosso melhor ano, em boa parte pelas mudanças que executamos internamente”, diz Borges. “Mas a equação, claro, também depende do comportamento de fatores externos, como o desempenho das economias doméstica e mundial, a conjuntura internacional, com uma guerra em andamento, e as ondas de ataques à Democracia”. O uso intensivo e crescente de tecnologias e ferramentas digitais na seara da comunicação corporativa, na avaliação do diretor-geral da Radioweb, vem colocando em debate questões éticas que afetam as operações mais triviais do dia a dia. Tomando como referência o seu segmento, Borges considera que as rádios não podem, por exemplo, ancorar as informações transmitidas a seus ouvintes em posts coletados em redes sociais como o WhatsApp. “É preciso, ao menos, apurar se informações do dia a dia, como complicações do trânsito causadas por chuvas no entorno da emissora, têm procedência”, diz Borges. “O combate a fake news é outro desafio. Mas, se ficarmos desmentindo tudo o que é falso, não faremos outra coisa”. Com relação à inteligência artificial, Gilvane Borges
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