Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 134 MERCADO DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA tratégias integradas de relgov e comunicação, por meio de ferramentas e narrativas direcionadas aos tomadores de decisão e influenciadores das pautas governamentais”, diz Camila Barbosa. Para 2023, o cardápio de negócios abrange tanto os desdobramentos das ações do novo governo brasileiro quanto as eleições na Argentina e no Paraguai. No caso do Brasil, o otimismo leva em consideração o fato de o Governo Lula possuir um certo ativismo em políticas sociais, fomento à indústria, ampliação de crédito, agenda ambiental e novas energias, o que certamente deverá movimentar a iniciativa privada como um todo, com reflexos imediatos no segmento da Prospectiva. A agência vem mantendo uma curva ascendente de crescimento e isso, segundo a gestora, é reflexo de um movimento de quase uma década ampliando a oferta de serviços, o que contribuiu para expandir as fronteiras de atuação para setores correlatos, como os de publicidade e propaganda e public affairs. Movimento que, aliás, deve continuar, impulsionado sobretudo pelos avanços tecnológicos. “Esse movimento full service ainda não cessou e observamos que os mercados seguem evoluindo, com players disputando e achando os seus espaços, agora, porém, sob a sombra do avanço tecnológico, onde ferramentas de big data, machine learning e IA ganham cada vez mais importância nas estratégias elaboradas. E é para esse rumo que as rotas precisam ser traçadas: um mercado integrado, versátil e tecnologicamente capacitado”, assegura. Camila ressalta que o mercado exige atributos e habilidades multidisciplinares, o que se reflete no perfil da equipe, em que profissionais, sejam de comunicação ou de relgov, precisam conhecer a dinâmica e as nuances de outras áreas. Essa, na visão dela, é uma demanda que tem afetado, positivamente, tanto as agências de comunicação quanto as consultorias de public affairs. Existe vida inteligente fora das grandes agências PUNTO Para a empresária Fabiana Macedo, da Punto Comunicação, 2022 foi um ano de busca de novas oportunidades dentro dos clientes já atendidos pela agência, em um movimento para ampliar a carteira de produtos e serviços oferecidos nos contratos atuais, aumentando receitas e aprofundando a relação com as marcas. Ela avalia que esse caminho deu à agência resultados positivos, com desdobramento de estratégias de comunicação em novas e frutíferas iniciativas. Para consolidá-lo, a Punto teve que se virar nos trinta para garantir a manutenção da equipe. “Nosso negócio é feito por pessoas, então, buscar maior capacitação para os profissionais e encontrar meios de manter a coesão da equipe, a chama da criatividade acesa, mesmo com uma operação híbrida, é algo com que é preciso lidar diariamente”, garante Fabiana. Outra frente atacada foi a formatação do discurso de vendas da empresa. “Quando se olha para o mercado, no caso de uma agência pequena como a Punto, o maior desafio é convencer o gestor de comunicação das empresas de maior porte de que ele terá vantagens caso saia da zona de conforto de escolher sua agência olhando apenas o ranking das maiores. Da mesma forma que um transatlântico nem sempre é o meio de transporte mais indicado, a agência grande, que muitas vezes oferece a presença apenas episódica dos profissionais mais qualificados, não é a melhor solução. Dizemos isso sem desmerecer as grandes, que contam com excelentes profissionais. Mas é bom sublinhar que existe vida inteligente fora delas e soluções e um tipo de atendimento extremamente qualificado”, defende Fabiana. Na sua análise ainda existe espaço para evolução tanto de agências quanto de profissionais. “Vemos uma grande capacidade de adequação do segmento, que acaba se mostrando mais resiliente do que propriamente a mídia tradicional, às voltas com uma crise que parece não ter fim. Mas é claro que as agências precisam entender melhor o digital, entender a mobilidade, saber quem hoje ajuda a formar as percepções, o contexto de quem será impactado pelas informações, os riscos de se comunicar de maneira errada na era do cancelamento”, alerta a empresária, lembrando que o mundo “ficou mais complexo”.
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