Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2023 116 MERCADO DA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA Giovanna Picillo: o mercado brasileiro oferece oportunidade para empresas de diversos setores de atividade, em um cenário global cada vez mais complexo e sensível, e isso se estende à área de comunicação Nascida na virada do milênio por iniciativa da fundadora Giovanna Picillo, jornalista, poetisa e escritora, a GPCom Comunicação Corporativa avançou cinco posições no ranking por faturamento das agências-butique. Alcançou R$ 1,7 milhão, somando a GPCom Comunicação Corporativa e a GP1 Comunicação, e com isso passou do 33º posto em 2021 para o 28º em 2022, fechando o ano com 12 funcionários e 25 clientes. “Em 2022, voltamos a crescer de forma consistente depois de dois anos de oscilações”, diz a fundadora e dirigente da agência. Isso graças a novas oportunidades em setores diferentes, tendo como referência as indicações feitas pelos seus próprios clientes e parceiros. Segundo ela, foi animador passar por essa retomada, mesmo sem um trabalho mais ativo de prospecção e sustentado apenas no trabalho orgânico e na confiabilidade e respeito que a agência mantém com a clientela. A perspectiva é positiva para 2023. “O ano começou animado, com propostas que poderão render bons jobs e contratos. Mesmo assim, Giovanna prefere ser conservadora e manter a projeção de repetir o faturamento de 2022, inclusive por causa do cenário ainda sem contornos mais claros da economia. Além disso, os resultados de 2022 não vieram sem desafios. O maior deles foi buscar contratos de longo prazo. Durante o ano, a falta de capacidade financeira de empresas que gostariam de trabalhar com a agência dificultou o estabelecimento de contratos por períodos de doze meses, por exemplo, e algumas empresas e instituições atuaram apenas pontualmente, para atender a demandas específicas – ainda que tenham sido inúmeros jobs com bons resultados. Outro ponto de atenção é a mão de obra especializada, pois continua forte a demanda por profissionais qualificados. “Temos um núcleo sólido de profissionais seniores, mas o desafio é ampliar a equipe com pessoas de perfil alinhado ao nosso, estratégico, proativo, engajado e com uma boa rede de contatos”, diz Giovanna. Esse perfil vai ao encontro da evolução das agências de comunicação, que ela reputa como surpreendente. Isso no sentido da ampliação do escopo de trabalho, com realização, hoje, de tarefas semelhantes àquelas que, tradicionalmente, ficaram unicamente a cargo das agências de publicidade, atuando com estratégias on e off-line e diversas ferramentas – inclusive instrumentalizadas com tecnologias digitais das mais variadas, para atender aos clientes nas diversas frentes da comunicação. Para o futuro, Giovanna antevê tendência de consolidação. “Vejo como fundamental um novo movimento de fusão entre empresas de médio e pequeno portes”, avalia. O movimento, segundo ela, permitiria ampliar a capacidade operacional e de investimentos e gerar concorrência saudável, em contraponto à concentração excessiva das grandes – e isso sem descartar as possibilidades de parcerias internacionais, embora as grandes empresas de RP já estejam presentes no País. “Vejo o mercado brasileiro como oportunidade para empresas dos diversos setores de atividade, em um cenário global cada vez mais complexo e sensível, e isso se estende à área de comunicação”, analisa a fundadora da GPCom. A agência também vem avaliando o papel desempenhado por novas plataformas tecnológicas, como ChatGPT, para entender como usar ferramentas desse tipo para a produção de conteúdo, com atenção à regulamentação no uso da tecnologia e mantendo a ferramenta como apoio, e não meio principal. Além disso, de acordo com ela, as pessoas têm papel fundamental na gestão da ferramenta. “Seja para avaliar os conteúdos gerados, em que medida não ferem a propriedade intelectual ou incorporam estereótipos ou vieses inadequados”, exemplifica. Desafio é ampliar a equipe com pessoas de perfil alinhado ao nosso GPCOM
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