Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 71 Não sem razão, a velocidade e a intensidade das transformações que chegaram à comunicação com as novas tecnologias, as novas linguagens, as novas abordagens, os novos canais, impactam também e sobretudo o perfil dos profissionais que se aventuram por esse universo. As oportunidades se abrem e multiplicam para profissionais criativos, inovadores e, por que não, para aqueles que têm o pleno domínio dos números, da extração de dados, dos múltiplos conteúdos gerados a partir das estatísticas, da matemática. Myrian Vallone, sócia-diretora da 2PRÓ Comunicação, agência que fundou em 2004 e que em 2021 faturou quase R$ 5,2 milhões, é uma das que faz essa aposta: “O profissional de comunicação hoje precisa ser data-driven, pois veremos nos próximos anos o uso de dados crescer nas estratégias de forma bem mais significativa”. Não é sem razão que a sua 2PRÓ continua apostando em novos formatos, com um braço dedicado a conteúdo multimídia, incluindo documentários, podcasts e projetos de longa duração. Segundo ela, a internacionalização dos negócios, em que se destaca a parceria com a agência britânica 89Up, também tem rendido oportunidades para atuar em projetos que buscam as audiências no Brasil. Mas é na necessidade de olhar para os dados e integrar a gestão digital a áreas mais tradicionais, como assessoria de imprensa, em que ela se fia e aposta. Desempenho na pandemia? Bom. Desempenho neste início de 2022? Ótimo. Trabalho remoto? Há controvérsias... É Myrian quem dá o tom: “Estamos vivendo um ano de transição. É verdade que a comunicação esteve aquecida ao longo da pandemia, mas é notável a aceleração dos negócios e a retomada de projetos neste início do ano. No entanto, ainda estamos tateando sobre o novo modelo de trabalho. Já começam a surgir casos de pessoas que decidiram se demitir após a decisão de gestores de retomar o regime 100% presencial. Ou seja, conciliar as agendas on e offline não será fácil. Minha expectativa é de um ano movimentado externa e internamente, mas sem prejuízos aos negócios, que me parecem hoje sinalizar ótimas perspectivas“. “Mudanças também têm acontecido nos temas sociais e políticos que transbordaram dos espaços a que, antes, pareciam confinados”, reflete Myrian. “E se antes valia a máxima de que a comunicação corporativa jamais deveria se envolver em temas polêmicos, hoje vemos que as marcas absolutaO profissional de comunicação hoje precisa ser data-driven 2PRÓ Comunicação Como consequência, o movimento de consolidação do mercado deve se intensificar, como já temos visto nos últimos anos. A Ink fez um pequeno movimento de consolidação em 2021 e tem como estratégia fazer novos movimentos em breve”. A Ink já figura no Ranking das Agências de Comunicação no grupo das médias e grandes, com faturamento anual superior a R$ 5 milhões, tendo crescido 47% em 2021, sobre 2020, superando o susto de dois primeiros semestres impactados pela pandemia da Covid-19. “Organicamente”, diz Fagundes, “o maior crescimento foi na área Digital, incluindo campanhas de geração de demandas, gestão de mídia social, SEO etc.. Acredito que se deveu ao contínuo investimento na equipe e em novos mercados e novas ofertas. Como exemplo posso citar a área pública, segmento onde estamos crescendo de forma consistente e que em 2022 deve representar entre 15% e 20% de nossa receita”. A despeito da anemia que sempre caracteriza os negócios nessa atividade nos dois primeiros meses do ano, em parte pelos naturais processos de renegociação e renovação de contratos, Fagundes aposta num crescimento de 25% em 2022, em linha com o que havia planejado: “Sei que é uma meta agressiva no cenário de baixo crescimento econômico previsto para 2022, sob o impacto de eleições e da guerra no leste europeu, mas vamos persegui- -la, sendo paralelamente mais conservadores em temas como novos investimentos, por exemplo”.

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