Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 31 um papel relevante a cumprir para que as empresas tenham não só discurso, mas também práticas responsáveis, e para fomentar mudanças comportamentais positivas na sociedade, como promover e celebrar a diversidade, o respeito e a inclusão. Não é pouco. Mostrar esse nosso papel de uma maneira mais inspiradora ajudaria inclusive a indústria de PR a atrair e reter mais talentos”. No caso do Grupo Ideal, reconhecido por seu DNA de inovação e criatividade, parte dessa lição tem sido cumprida, como explica o próprio Ricardo: “Gostamos de atuar na intersecção da tecnologia com o mercado financeiro e o mundo dos negócios, por exemplo – eu diria que esse é um sweet spot nosso. Muitos serviços e ferramentas nos apoiam nisso: análise de dados em tempo real, uso de inteligência artificial, estratégia de brand publishing, uso de ferramentas para ativar campanhas com microinfluenciadores digitais etc. Mas o mais importante não são as ferramentas, e sim a maneira de pensar, de desenhar e implementar as estratégias”. Como tendências, ele destaca pelo menos duas: “As empresas precisam investir em criar vínculos fortes e verdadeiros com seus colaboradores e mudar suas práticas e atitudes e não apenas o discurso. Adicione-se a isso um olhar para as grandes movimentações no ambiente digital, que devem transformar nos próximos anos a forma como encaramos a comunicação e os negócios: há empresas já fazendo seus primeiros experimentos no metaverso, produzindo conteúdos e eventos exclusivos ou, ainda, repensando seus modelos de vendas. Mesmo que ainda vejamos uma grande evolução nos próximos anos, é fundamental que os profissionais de comunicação comecem a compreender as possibilidades desses universos. E já”. Formado pelas agências Ideal H+K Strategies e Hill+Knowlton Brasil, o Grupo Ideal cresceu 10% em 2021 e vem de uma jornada de expansão consistente e acelerada desde meados de 2020. Existem diversos fatores para isso, sendo que alguns guardam relação com a pandemia de coronavírus, como explica Ricardo Cesar: “Apesar de toda a tristeza, ela inegavelmente contribuiu para acelerar algumas tendências. Uma delas, de que todo mundo fala, é a digitalização e a transformação digital dos negócios”. Mas há um lado desafiador, relevante, que é o de mapear, atrair e reter talentos. E este se tornou, na visão dele, um gargalo: “Não só no Brasil, digase, vide as discussões sobre a Great Resignation em mercados como o dos EUA, mas é uma questão muito importante para todas as grandes agências. Para se ter uma ideia da importância desse tema, triplicamos a nossa área de ’gestão de talentos‘ nos últimos 18 meses e estamos investindo em diversas iniciativas, mas ainda temos desafios aqui”. Sobre 2022, ele diz que os negócios continuam bem e que o grupo espera outro ano de forte crescimento. Porém, prudência é a palavra de ordem: “Estamos atravessando um período muito instável, com fortes turbulências, guerras, pandemia, com desafios econômicos como a inflação acelerada e gargalos nas cadeias de suprimento. No Brasil teremos eleições presidenciais, o que sempre pode trazer mais volatilidade. Então, mantemos uma cautela e um conservadorismo saudável em nossas projeções. Há muitos desafios no cenário macro. Estamos otimistas, mas sabemos que não será um mar de rosas”. Ricardo Cesar
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