Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 283 seguidas. Ele é meta para a equipe de RH e é um resultado que beneficia todo o time. Nós queremos ser a melhor empresa para trabalhar e com isso manter o máximo de talentos possíveis em nossa equipe”, completa Claudia. A importância da memória institucional Ao voltar os olhos com mais atenção às premiações, empresas e agências vivem um novo momento, em que a criação de uma memória institucional tem tanto valor quanto as demais etapas da construção de uma estratégia de comunicação. Ainda que o objetivo final não seja concorrer ou conquistar prêmios, a documentação bem construída de um case pode representar um diferencial competitivo para o portfólio de uma agência, além de servir como material didático para o aprendizado de boas práticas. “Ao longo dos últimos anos as agências tiveram que mudar um pouco a lógica de trabalho para criar uma estrutura para formatação dos cases”, comenta Carlos Carvalho. “Isso foi meio complicado no começo, quando algumas agências precisaram recriar documentações, mas agora os novos projetos, em especial aqueles que têm potencial de serem lembrados ou reconhecidos, já nascem com essa lógica. A cultura de uma memória institucional, entre outras coisas, está ajudando a cristalizar a identidade das agências”. E ele acrescenta: “Com essas novas práticas, percebo que há uma evolução quando comparamos o nível dos trabalhos inscritos desde o primeiro Sabre feito no Brasil, por exemplo, assim como também vejo no Prêmio Aberje. Há maior sofisticação das apresentações, que estão cada vez mais completas, mostrando todos os resultados de suas campanhas. Também é possível notar uma ampliação da complexidade dos trabalhos, refletindo a transformação que está acontecendo no mercado. As soluções de relações públicas não são mais tão simples como eram quando o mercado era pautado apenas pelo trabalho de assessoria de imprensa, e o nível atual dos trabalhos reflete isso”. “Pelas nossas conversas com os jurados do Jatobá, já conseguimos perceber uma evolução na forma como os cases são construídos e apresentados, mas ainda há muita discrepância entre as agências que já estão mais adaptadas a documentar seus projetos e algumas que ainda estão iniciando esse trabalho”, completa Hélio Garcia, do GECOM. “Essa, inclusive, foi uma das razões que nos motivou a criar o tutorial para o prêmio neste ano. Estamos tentando mostrar as melhores práticas para construir um bom case, e com isso, dar um norte para que as agências e as empresas apresentem trabalhos melhor estruturados e completos, e que possam refletir, junto aos jurados, a qualidade do que de fato foi o projeto inscrito na disputa”. Aproveitando-se da experiência bem sucedida de suas operações internacionais, a LLYC foi uma das agências que saiu na frente ao estruturar e tirar o máximo de proveito de seus cases. “Procuramos transformar cada projeto num elemento de troca internamente e fazemos isso através de treinamento para que todas as pessoas entendam qual foi o processo realizado ali”, informa Thyago Mathias. “O cliente nos traz um desafio e a gente integra todas as áreas e no final do dia entregamos uma solução que seja benéfica não só para o cliente, mas também para a formação e qualificação de nossas equipes”. Na RPMA, a estratégia para evoluir e apresentar cases mais bem estruturados e atraentes visualmente recai principalmente sobre o empenho e o desejo de suas equipes justamente em conquistar esses reconhecimentos. “Como é meta para as conquistas de bônus e faz parte do currículo, os funcionários querem participar e ajudar a preparar os cases da melhor forma possível”, explica Claudia Rondon. “Temos reuniões periódicas para conversar sobre o andamento dos clientes e nessa conversa identificamos situações que podem chamar a atenção e virar cases. A partir daí, nosso time já começa a desenhar as estratégias para montar a apresentação”. Antes, porém, Claudia destaca a importância de o cliente entender e “comprar” a ideia como uma importante solução para sua empresa. E mesmo quando a ideia é bem recebida, nem sempre há por parte do cliente o interesse em expor o trabalho. “É uma ação de convencimento. Se o cliente não compra a ideia ele não contribuiu, e se ele não contribui não tem case”. “Há ainda casos em que as agências não autorizam por medo de revelar sua estratégia, o que não faz muito sentido, pois não é esse o objetivo ao criar um case”, acrescenta Carlos Carvalho. “Com isso, muitos trabalhos excelentes com certeza já deixaram de ser premiados”. Nelson Silveira, da GM, enxerga essa relação com a agência como uma parceria, em que é preciso
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