Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 270 ARTIGO Matheus – Temos excelentes agências parceiras para cada um dos desafios e oportunidades, que são variados. Acreditamos em relações de longo prazo e no profundo conhecimento dos mercados. Nossos times mesclam profissionais experientes com jovens talentos, fundamentais para atuar nesses novos tempos, no qual passamos por uma profunda transformação da notícia e na forma de consumir conteúdo. Buscamos, ao lado das agências parceiras, entregas realmente estratégicas, sem perder tempo com pedidos e cerimônias improdutivas ou que não façam sentido. Como todo o time passou por grandes agências de PR, inclusive em funções de liderança, conseguimos evitar essas situações. Além disso, compartilhamos responsabilidades com as equipes e damos liberdade de criação e execução. Não temos medo de inovar ou tentar algo novo, pelo contrário. Queremos sempre provocar. O objetivo é manter uma relação saudável e transparente e, isso, acredito, tem sido fundamental para garantir um grupo engajado, comprometido e com reais oportunidades de reconhecimento e crescimento. Anuário – A comunicação corporativa e mesmo o jornalismo têm perdido talentos até mesmo para outras atividades, atraídos por desafios e horizontes profissionais mais instigantes, melhores salários, maior qualidade de vida. Estaria faltando protagonismo e mesmo um projeto mais consistente de advocacy para a nossa atividade? Matheus – Esse movimento é reflexo da valorização dos profissionais da área. Vejo isso com otimismo. Temos uma capacidade grande de adaptação, de lidar com adversidades e resolver problemas. Isso, no mundo corporativo, é visto como muito positivo. A atividade jornalística em si também passa por grande transformação, mas existem novas oportunidades, principalmente para quem busca o caminho do empreendedorismo. O jornalismo nunca vai perder o seu valor e a sua importância. Vejo com muito bons olhos um projeto de advocacy para a atividade. Hoje, temos entidades que valorizam imensamente a comunicação e fazem um trabalho relevante e estratégico, como a Mega Brasil, o Jornalistas&Cia, a Aberje, a Abracom e a Abraji, entre outras. Anuário – Têm sido, a propósito, cada vez mais frequentes narrativas que dizem que este é o melhor momento da história para as relações públicas, pela relevância que a atividade teve e foi percebida pela sociedade. O que está faltando para que essa percepção se traduza de fato num manancial de prosperidade para a comunicação do País? Matheus – Eu acredito que já estamos vivendo o início desse movimento. Não tenho dúvidas de que o cenário para o profissional de comunicação mostra-se positivo para os próximos anos, em qualquer atividade que busque atuar. Quando me formei, há quase 20 anos, esse mercado não existia como é hoje. Há muito mais oportunidades. E tenho certeza de que será melhor nos próximos 20 anos. Precisamos, porém, estar preparados para uma permanente atualização, acompanhando as transformações da sociedade. Ter conhecimento de dados e programação, por exemplo, já é super-relevante, e será cada vez mais. Para seguirmos estratégicos, precisaremos buscar transformação constante. (**) Martha Funke é jornalista e gestora de comunicação pela ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), liderou redações como Meio & Mensagem, Padrão Editorial e Segmento Editorial. Foi assessora de relações institucionais da Editora Abril e gerente de grupo de contas em agências de comunicação. É colaboradora do Valor Econômico e deste Anuário e sócia-diretora da agência de consultoria Funke Comunicações. (*) Vanderlei Campos trabalha em jornalismo econômico há mais de 30 anos e fez parte da primeira geração de jornalistas especializados em Tecnologia da Informação. Foi editor de publicações de tecnologia até 1997, quando passou a atuar exclusivamente como redator independente, com foco nas transformações sustentadas em inovação tecnológica. COMUNICAÇÃO E O MERCADO DE TRABALHO
RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=