Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 267 GloboNews por preferir um trabalho mais tranquilo e que lhe tem permitido ficar próximo da filha pequena. Isso tem uma lógica, a de trabalhar com clientes e funcionários que sabem o que querem e têm visão de longo prazo”. Nas funções relacionadas a design, programação e outras operações digitais, Bruno reconhece dificuldade de contratação, até porque são competências que hoje encontram mercado em praticamente todos os setores da atividade econômica. “Nesses casos, quando realmente se mostra difícil trazer alguém de fora, nossa opção é contratar iniciantes e investir na formação”, conta. Conhecer bem o cliente não tem preço A Oboé Comunicação Corporativa tambémpassou ao largo do acentuado turnover observado no mercado, segundo seu sócio-diretor Itacir Figueiredo Junior. Com equipe fixa enxuta, de dez pessoas, a maioria entre 30 e 50 anos, a agência é de fato uma butique que mantém uma carteira longeva de clientes e uma equipe também estável, muito identificada com o trabalho, e um profundo conhecimento dos clientes. O ponto chave, segundo Itacir, é a oportunidade que esse ciclo mais longo de atuação gera para a equipe, em termos de aprendizado e desempenho. Mas que não se pense que os jovens não têm espaço. Ao contrário, como diz Itacir: “Os seniores são acostumados a trabalhar sob pressão e a manter os padrões de qualidade exigidos pela clientela e por isso temos de fato uma grande preocupação em retê-los. Mas é importante também ter na equipe profissionais jovens, que questionem e tragam novas ideias. Isso nos faz avançar”. “A demanda nunca foi tão grande e os modelos tradicionais de ensino não acompanham”, diz Alex Salino, diretor da Cadmus, empresa especializada em cultura digital e que tem a estratégia de formação contínua como um dos fatores de retenção. Isso, segundo Alex, tem lá os seus percalços em tempos de mercado aquecido, como o atual, porque ter time preparado é sempre um bom convite para sofrer a abordagem da concorrência. Mas, segundo admite, “isso faz parte do jogo. No final do dia, tudo o que fazemos em desenvolvimento profissional acaba gerando ganhos (para a empresa)”. Ele ressalta que, diante dessa alta demanda nessa área de transformação digital, a empresa tem dedicado praticamente todos os esforços às entregas e com isso caminha de forma prudente na captação de novas contas, na linha de não dar um passo maior que a perna. Os profissionais de marketing, todavia, segundo diz, estão no centro de duas ações: a jornada de captação e o programa de engajamento. “Exploramos as técnicas de marketing digital para mostrar o valor da marca e criar relacionamento”, resume. Com o selo GPTW, a empresa orgulha-se do baixo turnover, da ordem de 4%. Sobre o desafio gerencial surgido com a pandemia, que é manter a comunicação com as crescentes equipes remotas, há dados interessantes revelados pela Pesquisa Home Office 2020, de SAP e Sobratt (Sociedade Brasileira de Teletrabalho). Ela aponta que apenas 23% dos funcionários deslocados são gerenciados por controle de ponto, enquanto 56% trabalham em função das entregas. A adaptação das pessoas e das organizações a modelos de trabalho mais eficientes e objetivos, evidentemente, ainda é bem desigual. Segundo outra pesquisa, a Work Trend Index (feita em janeiro deste ano pela Edelman Data x Intelligence com 31.092 home officers usuários de LinkedIn e Microsoft 365), 61% dos executivos dizem que aumentaram sua performance, o que cai a 38% entre os que têm menos autoridade para tomar decisões. Alex Salino A comunicação corporativa para novos stakeholders
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