Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 266 ARTIGO Reter sim, travar a carreira, não A INK Comunicação é mais uma que não teve problemas para adoção do modelo híbrido. Há seis anos a agência já praticava home office às sextas- -feiras e hoje estendeu o formato para os funcionários irem ao escritório algumas vezes por semana. De ummodo geral, segundo enxerga o sócio-diretor Raul Fagundes Neto, o elevado turnover nas agências tem, entre as explicações, o aquecimento da demanda pela atividade e a entrada, nela, de novos recursos, caso, por exemplo, das verbas de eventos que, canceladas em grande parte, migraram para outras ações, beneficiando o segmento como um todo. Felizmente, para a INK, ali a rotatividade é abaixo da média, o que não quer dizer que a tentação de mudança de emprego também não passe por lá. “A gente sabe que as sondagens acontecem e nossa defesa são os investimentos nas ações de retenção dos talentos, que aqui têm autonomia no trabalho, dias livres (remunerados) para estudo e bônus por resultados”, exemplifica. Renegociações de salário, quando necessário, são ponderadas e analisadas caso a caso. Raul cita o exemplo de um colaborador, que ali começou como estagiário e que, seis meses após ser efetivado, recebeu convite para ser diretor de criação e saiu. “Queremos, claro, manter os nossos talentos, pois sabemos quanto custa formá- -los, mas não faz sentido e nem interessa travar a carreira de quem alimenta outras expectativas profissionais”, diz. Desde 2020, a equipe da INK aumentou de 21 para 35 pessoas. A área de produção digital passou de cinco para 11 funcionários e a agência registrou o ingresso de um grupo de assessores sêniores com a incorporação da Market21. E nada se mostra mais salutar e seguro para o negócio, no olhar de Raul, do que investir na qualificação do próprio time e no trabalho digital. Mas se for necessário, pesquisar o mercado e a concorrência não deixa de ser interessante. Se necessário, contratamos iniciantes e investimos na formação Outra agência que investe de forma relevante em formação é a Barões Digital Publishing, O diretor de Operações Bruno Costa conta que depois de trabalhar sete anos no extinto jornal esportivo Lance, com alto índice de acessos mas entrega digital disfuncional, verificou que os veículos não resolviam o problema das marcas. Levou esse questionamento para a Barões e hoje a casa funciona de forma integrada, com 32 pessoas produzindo 11 publicações para nove clientes. O detalhe é que, na estrutura desenhada, a redação é formada por equipes fixas para cada cliente, por um editor especializado para cada projeto e por equipe de serviços compartilhados. Só que para garantir o retorno do investimento a agência exige contratos mínimos de doze meses e, em caso de necessidade de ampliação da equipe, só se houver um adendo contratual. De todo modo, entre sêniores e jovens, os primeiros em geral são mantidos com contratos fixos e os mais jovens, por projeto. Bruno diz que, desde a fundação, em 2017, a Barões não teve ninguém desligado. E a razão, pelo que conta, não foge à lógica de quem quer continuar a fazer jornalismo, mesmo numa agência especializada: “Esses profissionais, editores formados, querem continuar a fazer bom jornalismo e, de preferência, sem ter de comer pizza nos fechamentos. Temos até um caso emblemático, de um nosso colaborador que declinou de proposta recebida da Bruno Costa Itacir Figueiredo Junior COMUNICAÇÃO E O MERCADO DE TRABALHO
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