Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 265 segundo ela, são inegáveis: o aumento de custo com pessoal, que no caso da Blue Chip foi de 50% de 2018 para cá; e a maior dificuldade em encontrar profissionais no mercado, em particular nesses últimos meses, após ele se recuperar do tombo inicial da pandemia. E embora muito se fale no estímulo provocado pelo trabalho remoto, não é o que está acontecendo com a agência, como explica Denise: “As pessoas querem melhor remuneração e acabam indo para as empresas que pagam mais”. Mesmo com clientes multinacionais em carteira, Denise não faz do domínio de idiomas uma questão imprescindível, a despeito de metade da equipe na Blue Chip ser fluente em inglês. Também não é daquelas que enxerga essencialidade nas habilidades tecnológicas, pois nos dois casos sempre há a possibilidade de o funcionário se desenvolver e incorporar novas competências. Pragmática, diz que: 1) em relação ao cliente, “o que ele quer e respeita, de quem está no atendimento, é um profissional que saiba ler uma notícia no jornal e relacioná-la com o impacto no seu mercado ou em sua marca”; e 2) em relação à Blue Chip, “ter na equipe comunicadores com perfil de gestor, dificuldade sempre presente, em especial para profissionais vindos das redações e que precisam trocar de papel, deixando de ser pedra para ser vidraça”. Cuidar bem para engajar e fidelizar A LAM Comunicação teve o bônus de nascer no período imediatamente pré-pandemia, em 2019, já com cultura de computação em nuvem e home office, detalha a diretora de atendimento e líder de gente Paula Fiori, que ali chegou em 2021. Agora com 40 clientes, o ritmo de expansão demandou um olhar mais cuidadoso com a gestão de pessoas, que inclui, segundo ela, a montagem de plano de carreira, revisões semestrais de salários e comissionamentos para funcionários que trouxerem clientes e novos negócios. “Além do dinheiro extra, a prospecção engaja e fideliza o colaborador”, diz. A principal oferta da LAM é assessoria de imprensa e cerca de 80% dos clientes contam também com conteúdo para redes sociais e sites, além dos 60% que recorrem à agência para comunicação interna. A maioria dos 25 funcionários tem formação em Jornalismo ou RP, mas o grupo inclui designers e dois historiadores, o que garante visões diferenciadas ao conteúdo dos clientes. Muitos vieram de outras agências e alguns de redação e a rotatividade tem sido baixa, o que não impede a agência, como garante Paula, de manter uma pesquisa constante de perfis, para eventuais necessidades. A contratação de profissionais em outras regiões é uma iniciativa que também chegou à LAM. “Temos encontrado bons profissionais fora de São Paulo, mas se por um lado isso é bem interessante, por outro, dá muito trabalho”, diz. Uma coisa essencial, na visão de Paula, é contar com líderes no time que sigam a máxima do jornalismo de produzir informação precisa e contextualizada. Nesse sentido, o que se busca na agência, inclusive com os mais novos, que por natureza são mais ansiosos, é manter a conversa aberta internamente de forma permanente, em todo o ciclo de trabalho, do planejamento às entregas. “A confiança se estabelece quando o colaborador tem clareza de seu papel e do que dele se espera. Se o feedback só acontece quando o gestor repassa as queixas do cliente, temos aí dois problemas casados que impactam a moral da pessoa: a falta de reconhecimento e, consequentemente, a desmotivação”, adverte. Paula Fiori
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