Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 261 gestor administrativo e financeiro da Rede Comunicação que Transforma. De acordo com ele, a formação acadêmica tem parte da responsabilidade nesse quadro de um certo desabastecimento de mão de obra especializada para as agências de comunicação, até porque o aprendizado tradicional em “caixinhas” facilita a desatualização e por vezes entrega ao mercado profissionais sem as necessárias competências exigidas. Por outro lado, facilidades como o trabalho remoto – quando admitido – podem, segundo ele, estimular a mudança profissional, já que sequer o endereço muda quando o trabalho é em casa. Mas Fabiano ressalta que as mudanças não são exclusividade dos mais jovens, faixa em que predomina a avidez por acúmulos de experiências. No olhar dele, a oportunidade de aprender e ir além é um estímulo forte para todos, mesmo sem grande alteração salarial – um redator de conteúdo, por exemplo, pode ser atraído por uma casa que ofereça maior foco em design e experiência de usuário digital (UX, na sigla em inglês). Já profissionais sêniores avaliam com mais atenção quesitos como a longevidade da carteira de clientes ou a autonomia na execução do trabalho e são mais criteriosos em cada decisão. A reputação da agência e do cliente atendido, os termos do contrato e outras ponderações pesam quase tanto quanto os salários na hora de comparar as propostas. Um artifício anedótico, mas que entrou no jogo, é explorar a ostentação no LinkedIn. Além das promoções precipitadas, já mencionadas por diretores da Abracom, apela-se para longas e pomposas nomenclaturas de cargos. Às vezes funciona com profissionais imaturos, independentemente da idade. Há até caso real de candidato que declinou do emprego quando viu que constaria na carteira de trabalho a palavra “júnior” no cargo que ocuparia, o que levou a empresa a abolir esse nível no organograma. A empresa conta com estratégia de engenharia de cargos, com descritivo de processos, funções e atividades e mapa de competências. Criou ainda, segundo a analista Ana Paula Fiuza, o Plano de Desenvolvimento Individual, por meio do qual cada gestor define trilhas de treinamento conforme condições e objetivos de cada subordinado, e planos de desenvolvimento coletivo, definido por grupos. Segundo ela, no ano passado a agência registrou rotatividade acima da média e hoje as maiores lacunas estão em cargos de maior senioridade. Além disso, o aumento do emprego da tecnologia Luiz Fabiano Dias Ana Paula Fiuza
RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=