Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 260 ARTIGO des mais amplas, desde o RP tradicional até ajudar os clientes em questões sensíveis internas, já que temas como cibersegurança, saúde mental e ESG tornaram-se centrais na comunicação corporativa. É um desafio ainda maior, ao se considerar a questão da redução dos orçamentos; para Ciro, um paradoxo, tendo em vista a necessidade de entregas cada vez maiores, melhores e mais sofisticadas. É uma conta que, segundo ele, não fecha e que em última instância acaba provocando dificuldades de parte a parte. Como indicativo da ampliação do escopo de atendimento, Ciro cita os cases concorrentes ao PR Week Awards, no qual é jurado. “Há um mix de marketing, reputação, podcasts, perfis de lideranças no LinkedIn e publicações setoriais”, exemplifica. E temos aí um ponto chave, comum a todos, a disputa acirrada por bons profissionais. Estão todos de olho nos bons talentos, até porque formá-los leva tempo. É por isso, segundo Ciro, que quando aparece alguém bom as agências buscam cobrir a oferta uma da outra. “E às vezes os próprios clientes competem conosco”. No caso da Imagem Corporativa, a estratégia em RH é reter os talentos, formar outros e cuidar bem dos novatos com alto potencial. E não se pense que basta pagar bem, como explica Ciro: “Isso é importante, mas não se devem desprezar os benefícios, os desafios profissionais, a própria reputação da carteira de clientes e um bom grau de autonomia profissional”. E se essa era uma fórmula imbatível até em tempos pré-pandêmicos, nos dias atuais, segundo Ciro, ganha um reforço fundamental e que está fazendo a diferença para muitas organizações de todos os setores: a possibilidade de contratar gente em qualquer lugar do País e mesmo no exterior, como contraponto à escassez de mão de obra local. “Dependendo da conta e do tipo de atendimento, conseguimos profissionais muito bons”, ressalta. O Brasil é grande A Vianews também abriu oportunidades para outras regiões e, por sua vez, aposta na assertividade na contratação como principal diretriz para a retenção. “O que se faz para reter é contratar quem se alinhe à cultura da empresa”, resume a líder de operações Estela Bernardes. Com uma equipe de 18 profissionais de relações públicas e assessoria de imprensa e outros 25 de serviços digitais, não há ali óbice algum em contratar colegas de outras regiões, desde que o alinhamento fique claro. Não é um processo muito simples, mas tem avançado. Começa pelo tempo da contratação, que pode demorar até 45 dias, e passa por ajustes, como o da nomenclatura e descrição do cargo, que, inexistindo, exige que se construa, prevendo inclusive um plano de desenvolvimento individual. A Vianews, segundo Estela, estabeleceu um plano estratégico quinquenal para a estruturação de suas políticas e práticas de RH. Aprendizado em “caixinhas” facilita a desatualização “Os clientes corporativos hoje buscam serviços completos. A demanda desse ou daquele serviço é sintoma da estratégia”, diz Luiz Fabiano Dias, Estela Bernardes COMUNICAÇÃO E O MERCADO DE TRABALHO
RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=