Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 259 a estrutura de atendimento – neste caso, 30 dias. E partir para a busca, que muitas vezes se concretiza nas conversas com profissionais autônomos ou que tenham mantido assessorias próprias e estejam dispostos a voltar a ser empregados. Para Teresa Santos, também da Weber, que atua na área de recrutamento, o empenho em formar um time múltiplo e bem preparado é muito grande e essencial. “Hoje, nossos profissionais de todos os níveis têm que ter perfil consultivo. Até design ou edição de vídeo se precisam ter capacidade de argumentação com o cliente”. Backoffice terceirizado Para Alexandre Loures, sócio do Grupo FSB e CEO da Loures Consultoria, a falta de gente é um problema setorial e global, em parte por causa das peculiaridades do setor. Líder do mercado, o Grupo FSB tem hoje um perfil muito mais diversificado de negócios do que dez, 15 anos atrás, demandando competências muito além das de assessoria de imprensa. E, nesse sentido, a aposta da organização é transformar em sócios os seus principais líderes (hoje são cerca de 30) e, complementarmente, elevar a remuneração pela performance. “Engajamento e retenção se conseguem com boas condições de trabalho, jornadas que não comprometam a vida pessoal, boa remuneração, reconhecimento e reputação”, enumera Loures. E em relação à idade, alguma preocupação? “Não fazemos gestão por idade, até porque não serve de parâmetro para definir os perfis de líderes e gestores”, esclarece. De todo modo, interessante notar que na organização mais da metade dos funcionários têm acima de 30 anos de idade e os nascidos neste século são cerca de 15%. Quais os aspectos que mais influenciam mudanças voluntárias de empregos? Ao menos quatro sempre vêm à mente: ausência de perspectivas para a carreira, organizações acomodadas, benefícios e salários. Mas há um outro, nem sempre visível, que também é decisivo, como aponta Loures: “As pessoas não se demitem necessariamente por esgotamento com a empresa. Muitas vezes a razão é o gestor”. É por isso que hoje, na FSB, diante do desafio de gerenciar um time grande e diversificado, a gestão de pessoas segue a seguinte fórmula: a atividade-fim, ou seja, tudo que diz respeito às entregas das várias marcas, é verticalizada; e todas as tarefas de backoffice, cada vez mais terceirizadas. Se a conta não fecha a entrega fica comprometida “Subiu a régua”, resume Ciro Dias Reis, CEO da Imagem Corporativa e chairman global da rede de agências independentes PROI Worldwide. A dificuldade é que os clientes precisam de soluções integradas. O nível de exigência cresceu, só que não há profissionais suficientes com domínio de inglês, habilidades digitais e outros quesitos. O mercado passou a exigir pessoas com capacidaAlexandre Loures Ciro Dias Reis
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