Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 254 ARTIGO (*) Cristina Vaz de Carvalho é jornalista formada em Comunicação Social pela PUC-Rio com cursos de extensão na FGV (Fundação Getulio Vargas). Desempenhou funções no jornalismo, na publicidade e nas relações públicas, às vezes simultaneamente. Foi gerente de planejamento da AAB/Ogilvy. É editora regional para o Rio de Janeiro da newsletter Jornalistas&Cia desde 1996. tirem em tecnologia, tanto dentro de casa como fomentando relações de verdadeira parceria com empresas. O mercado de comunicação foi tradicionalmente guiado por relacionamento. Isso tem mudado para um mercado que será mais guiado por tecnologia e quem ainda não percebeu esse movimento, infelizmente, já está largando atrás”. Apesar de os investimentos pesados em tecnologia permearem qualquer operação, outra visão é: “No futuro, queremos melhorar o lado da redação, para que a relação se torne mais produtiva”, afirma Sobral, da Press Manager. “Somos os únicos que nos preocupamos com o outro lado, o jornalista. Isso vai orientar um pouco nosso futuro. Antes o serviço era orientado apenas para as agências clientes. O futuro está muito direcionado para a visão do jornalista”, diz o fundador Rocha, que vê na empresa uma diferenciação do mercado tradicional. E prossegue: “Queremos investir sempre para aumentar a capacidade do jornalista de receber e-mails de fato importantes para o cotidiano dele, uma pauta muito específica, para desafogar sua caixa de e-mail”. Os últimos trabalhos da Press Manager foram para atender aos jornalistas e para protegê-los do cliente que não sabe fazer bom uso do mailing como produto, e o repassa a terceiros: “Hoje estamos criando uma política interna para advertir os clientes que divulgam nossa plataforma. Temos que zelar pelo nosso mailing, para proteger o jornalista, de modo a que não haja mau uso por parte dos que recebem esse repasse. Se não nos protegermos desse outro lado, perdemos o trabalho do bom relacionamento”. Do ponto de vista do cliente, e para Fagundes, da Ink Comunicação, as alterações internas são um grande desafio. Mudou a mídia, com o surgimento dos influenciadores digitais, e as agências mudaram junto, ampliando os objetivos do serviço. Isso trouxe novos perfis de profissionais na montagem das equipes, e hoje, além dos jornalistas, há pessoas de tecnologia e designers, entre outras capacitações: “Uma série de serviços que, até alguns anos, não estava em nosso escopo, vai exigir das agências muito investimento em tecnologia para permanecerem atuais”. A tendência é que continuem a aparecer novos produtos para oferecer ao cliente, e profissionais cada vez mais diversificados. Para Flavia Sobral, da aboutCOM, veremos um aumento na oferta de ferramentas para se trabalhar: “As transformações do mercado como um todo, tanto sob a ótica da mudança crítica que houve nos meios de comunicação dos últimos anos quanto da digitalização e da criação de novos canais de amplificação das mensagens das empresas, resultaram em uma pressão para atualizar a forma como trabalhamos nas agências”. Apesar de preparada, ao longo dos anos para essas mudanças, sua agência criou metodologia própria para uma abordagem com foco no negócio do cliente, de maneira que a escolha da ferramenta para fortalecer determinada mensagem, para determinado público, seja o último passo do processo. Quer seja um veículo de imprensa especializado, uma rede social, ou uma campanha de inbound, entre tantas outras ferramentas. Lima, da Midiaria.com, também vê novas ferramentas para o futuro: “Para que essa experiência seja completa, as marcas precisam se comunicar de maneira eficiente em todos os pontos de contato com o mercado, seja por meio das redes sociais, imprensa e outras ferramentas da comunicação, como eventos, publicidade, entre outros”. Já Bamberg, da Ketchum, encara um fenômeno que ele chama de “diluição do processo de construção de reputação”. O público toma consciência da importância de cada fonte de informação, e forma- -se maior consciência sobre quem produz conteúdos, do seu papel, da origem das informações. Com isso, a imprensa passa a ter um papel relevante em um mundo cada vez mais fragmentado. E a agência, agregando conteúdos para um público cada vez mais exigente, tem papel fundamental na construção de um relacionamento sempre mais respeitoso. “Vejo, honestamente, que o futuro já chegou”, conclui. QUEM É QUEM NO MERCADO DE MAILINGS DE IMPRENSA
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