Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 251 deve basear a escolha no veículo em que cada empresa deve estar e cumprindo qual função. Na Midiaria.com, além das formas tradicionais de contato, como e-mail, a equipe de relacionamento com a imprensa utiliza as redes sociais como meio para construir, aproximar e fortalecer o relacionamento com os jornalistas e influenciadores. “Temos percebido, inclusive, o crescimento de vários grupos de WhatsApp, Telegram e redes sociais compostos por jornalistas de temas segmentados. Esse movimento é positivo, gera colaboração mútua entre esses profissionais, network e proporciona o compartilhamento de pautas e a localização de fontes com maior agilidade, por exemplo”, na visão de Kleber Pinto. Lembra que “muitos jornalistas ainda não voltaram totalmente para as redações devido às mudanças da pandemia. Isso exige que a equipe busque essas outras formas de interação com esses profissionais, tomando sempre o cuidado de não ser invasiva nessa aproximação”. O home office, portanto, deve ser levado em consideração. Lucas Lima, também da Midiaria.com, reforça a importância do contato digital, pois o Brasil ocupa a segunda posição global entre os países que mais passam tempo na internet e é o terceiro país que mais usa redes sociais no mundo. Ele acredita que, “para as empresas, ter uma presença digital é uma forma de aproximação e relacionamento com os consumidores, de ampliar a abrangência de sua marca, e vender mais. Porém, mais que ter presença nas redes sociais, as empresas precisam ter um bom posicionamento nesses canais. Cada uma delas possui características próprias, como o tipo de linguagem, o tom, e o formato de conteúdo”. Para tanto, utilizam os serviços agregados de fornecedores de mailing, as ferramentas tecnológicas que possibilitam o compartilhamento da sugestão de pauta com respeito aos critérios de tratamento dos dados de jornalistas. Isso ajuda a agência a ter um mailing atualizado, organizado, com economia de tempo e segurança, uma vez que o jornalista consentiu em receber conteúdos jornalísticos da editoria em que está inserido. A equipe interna também está sempre avaliando os perfis dos jornalistas para se certificarem de que as sugestões enviadas têm relevância para eles e aderência ao perfil do veículo. Para pautas mais estratégicas ou grandes anúncios ao mercado, costumam recorrer ao bom relacionamento construído com jornalistas dos principais veículos de comunicação, ao longo dos anos. Desta forma, os grandes temas para o cliente são tratados por meio de um contato pessoal. E as empresas de mailing que, por sua vez, têm seus próprios contatos pessoais, não cobrem esta área, ou pelo menos não os repassam aos seus clientes. A chegada da LGPD Diante de tantas incumbências, surgiu um complicador, mesmo sendo mais do que justificável. A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, aprovada em 2018, entrou em vigor em agosto de 2020. Lei nº 13.709, que regulamenta as atividades de tratamento de dados pessoais. Altera também os artigos 7 e 16 do Marco Civil da Internet, que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil. Agências com presença global bem conhecem o General Data Protection Regulation, o GDPR da União Europeia. Ou o California Consumer Privacy Act, o CCPA, em vigor nesse estado norte-americano. O processo é semelhante, cobrindo todo o processo de coleta, autorização e uso de dados de pessoas físicas, apenas o necessário e com opt-in, ou a autorização para receber conteúdo de uma empresa. Apesar de demandar investimentos altos em consultoria jurídica, exigir adaptações profundas nos produtos e também nas equipes, a lei, ao que parece, não é encarada como uma pedra no sapato, nem das agências, nem de seus clientes. Ao contrário, passaKleber Pinto e Lucas Lima
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