Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 241 e empresas próprias de pesquisa, como o Instituto FSB – que assina de pesquisas politicas a estudos voltados à comunicação corporativa –, os formatos são muitos, mas boa parte se apoia em análise de material oriundo de ferramentas tecnológicas que buscam e processam informações em redes sociais ou na imprensa. Mas a prática está sob ameaça desde a ação impetrada no STF (Superior Tribunal Federal) pelos partidos Verde e Sustentabilidade com base em reportagem do UOL, no ano passado, sobre mapeamento de influenciadores, jornalistas e blogueiros, qualificados de simpáticos, neutros ou detratores, feito para o Ministério da Economia pela Agência BR+. A solicitação de inconstitucionalidade ganhou voto favorável da ministra Carmen Lucia, relatora do processo, embora o serviço em nada diferisse do que é costumeiramente oferecido a clientes de agências de comunicação ou por assessores de imprensa internos das próprias organizações – no máximo, seu emprego poderia caracterizar algum desvio de conduta em casos como favorecimento de verbas publicitárias, estímulo à publicação de informações duvidosas ou cerceamento à transparência de fatos, digamos. “Voto no sentido de julgar procedente o pedido para declarar inconstitucional todo e qualquer ato da Secretaria Especial de Comunicação Social do Ministério das Comunicações de produção de relatórios de monitoramento sobre as atividades de parlamentares e jornalistas em suas redes sociais”, finaliza Carmen Lucia. Embora o relacionamento entre empresa e Ministério fosse meio confuso, com dúvidas sobre o papel do contratante na atuação com monitoramento e até sobre o real contratante da agência, a postura da ministra levou a Abracom a se unir a outras entidades do setor de comunicação, como a Abemo (Associação Brasileira de Empresas de Monitoramento), em esforço para defender a atividade, já que, no limite, a análise da magistrada poderia contaminar esse serviço em outras fronteiras, como os contratos focados no monitoramento de concorrentes ou influenciadores por empresas, advogados, consultores ou estrategistas político e econômicos, só para citar alguns exemplos. Um risco ainda maior considerando a delicadeza de um ano eleitoral marcado por polarização. Por enquanto, o andamento do caso no tribunal está sob pedido de vistas do ministro André Mendonça. A FSB notabilizou-se pela Bússola, plataforma multiconteúdo e multimercado que nasceu para promover reflexões e ações no mundo corporativo e na sociedade, define o sócio-diretor Flávio Castro. Com equipe independente e autônoma de curadoria e redação, ecossistema de canais que Carlos Carvalho Flávio Castro
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