Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 218 ARTIGO te. Ela destaca o trabalho executado pelo grupo da Abracom, que vem elaborando cláusulas comuns de contratos para as agências. A questão mais premente do setor, em sua avaliação, diz respeito aos extensos prazos de pagamento propostos por grandes empresas. O tema, prevê a sócia da Approach, ainda promete muitas polêmicas, e não apenas entre agências e clientes. “Os maiores nomes do mercado, que participam do Mercado Forte, já estão se posicionando a respeito”, diz ela. “Muitas agências de menor porte, contudo, ainda se mostram dispostas a aceitar condições absurdas, como prazos de pagamento de até seis meses, para contar com nomes importantes no portfólio”. Ex-diretor executivo da FSB Comunicação, o jornalista Leandro Modé não tem lá muita saudade de boa parte das concorrências disputadas pela agência. Pudera, pois na grande maioria das vezes esses concursos eram sinônimo de estresse, devido a prazos apertados e exigências descabidas apresentadas pelos organizadores, trabalho estafante, longas jornadas noite adentro e outros dissabores. Inconformado com o desgaste causado por essas más práticas, Modé decidiu dar a sua contribuição para a melhoria dos processos de seleção de prestadores de serviços na área a partir de janeiro de 2018, quando, passando para o outro lado do balcão, assumiu o cargo de head de comunicação corporativa e relações governamentais do Itaú Unibanco. “A oportunidade surgiu há três anos com uma concorrência que resultou na troca da agência do banco”, diz ele. “Como conhecíamos a fundo as demandas das empresas do setor, tratamos de elaborar uma proposta com regras e condições justas, como prazos e pedidos exequíveis”. O processo, que se estendeu por cinco meses, foi aberto a todo o mercado e teve um caráter predominantemente técnico. Depois de uma triagem inicial, sobraram 20 agências. O total caiu para uma dezena, com a dispensa, a seguir, de casas que atendiam concorrentes do Itaú Unibanco. Na fase final, as três candidatas remanescentes foram submetidas a uma avaliação técnica e financeira, trabalho que contou com o apoio da equipe de compras do banco. A vencedora foi a Weber Shandwick Brasil, cujo contrato, desde então, vem sendo renovado anualmente. “Ficamos orgulhosos com o trabalho, pois não registramos nenhuma reclamação das participantes e nem mesmo de pessoas conhecidas, por telefone ou WhatsApp”, diz Modé, assinalando que uma concorrência justa é fruto, antes de mais nada, da atitude do promotor. “Empatia é fundamental. A regra é dispensar aos outros o mesmo tratamento que esperamos receber”. Mais seletivas, Vivo e TIM Brasil preferem convidar agências para suas concorrências. Em meados do último ano, a primeira deu início a um novo processo seletivo, como é de praxe a cada 36 meses. Tendo como referência este Anuário da Comunicação Corporativa, a Vivo selecionou sete candidatas, quatro de grande porte e três butiques, incluindo a prestadora de serviços de plantão. Com o aval da área de compras, que considerou o grupo 100% elegível, os trabalhos começaram. “Apresentamos um caso hipotético, envolvendo veículos convencionais e online, influenciadores digitais, prevenção e gestão de crises, e solicitamos DO BALCÃO DO OUTRO LADO Leandro Modé CONC RRÊNCIAS NA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA
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