Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2022 139 ai entrar para a história o desempenho das agências de comunicação corporativa em 2021. Mas a boa notícia é que, muito provavelmente, esse recorde vai durar apenas um ano, porque, pelo desempenho desse primeiro semestre de 2022, como vimos nas dezenas de depoimentos neste Anuário, o setor continua em forte ritmo de expansão e tudo faz crer em novo recorde na próxima temporada. Mas deixemos o futuro para o futuro e vamos ao presente. No conjunto, as quase 900 agências de comunicação existentes oficialmente no mercado (mapeadas pelo 1º Censo das Agências de Comunicação do Brasil) (*), somadas às outras 600 microagências ou agências de uma pessoa só (as chamadas ‘eugências’), faturaram R$ 3.717.652.582. Um crescimento nominal de 23,92% sobre os R$ 3,02 bilhões de 2020, o qual, descontada a inflação de 10,06% do período, deixa, ainda assim, um crescimento real de substanciais 13,9%. Substanciais, obviamente, por terem sido conquistados num ano em que a pandemia, pelo segundo ano, deu um cavalo de pau na economia, jogando grande parte das atividades para o vermelho, impactando o PIB e a inflação. Outro avanço representativo deu-se no mercado profissional, que saltou dos 15.228 postos de trabalho em 2020 para 17.023 em 2021, expansão de 11,79%. Pode até não parecer muito, mas ao olhar o que está acontecendo hoje nesse mercado o que se nota é uma explosão de demanda, para uma oferta profissional que não acompanhou na mesma medida esse crescimento. Nem em quantidade e nem em qualidade. Resultado: ampliar a equipe e mesmo reter talentos passou a ser uma das maiores dores de cabeça para oito entre dez agências, pois provocou aumento de salários (sem a possibilidade de repasse aos contratos), elevação do turnover, queda na qualidade das entregas e por aí vai. Num olhar otimista, não deixa de ser um bom problema, já que é um claro sintoma das chamadas dores do crescimento. Grupos FSB, In Press e BCW são os únicos nos três dígitos Uma das novidades presentes nesta 14ª edição do Ranking das Agências de Comunicação é o detalhamento das marcas que compõem cada organização, na apresentação da classificação (ou seja, entra o nome do grupo e, entre parêntesis, as agências que o compõem). Isso vai permitir comparar de forma objetiva os faturamentos relativos a grupos com os faturamentos individuais das agências que não estão apresentadas como grupo ou que são de fato unas. Desse modo, o Ranking mostra que temos, no Brasil, apenas três grupos que ultrapassaram os três dígitos de faturamento bruto: o líder FSB, o primeiro da história a superar os R$ 300 milhões (R$ 307.075.390); o vice-líder In Press, que também de forma inédita superou os R$ 200 milhões (R$ 232.369.978); e o terceiro colocado, o BCW, com seus R$ 120.601.500, debutando este ano com as informações consolidadas de suas duas agências, a BCW Brasil e a Máquina CW. Temos, no Ranking das Agências de Comunicação 2021, 51 organizações com faturamento superior a R$ 4.800.000, o que as colocam entre as médias e grandes do setor. Entre essas, 19 reuniram as informações de todas as suas marcas, sendo, portanto, apresentadas como grupo. As outras 32, integrantes ou não de algum grupo, apresentaram- -se individualmente. Por essa razão, o Anuário apresenta três rankings: o geral, misturando grupos e agências individuais; o de grupos; e o de agências. Isso, embora não permita uma comparação precisa, sobretudo do desempenho individual das agências, garante uma ideia geral de desempenho das marcas, tal como são percebidas e reconhecidas. Pesquisa contou com a participação de 230 agências A edição 2022 da Pesquisa Mega Brasil com Agências de Comunicação contou com a participação de 230 agências, quase o mesmo número de 2021, que foi de 229. Mas é bom esclarecer que não são as mesmas. Na edição deste ano, entraram 46 agências que não haviam participado da pesquisa
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