Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021
Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021 91 que registrou recuo de 7,8%”, comenta Maurício Bandeira, diretor executivo do Instituto Corda e coor- denador da pesquisa. “As agências de menor porte sofreram de forma mais aguda os efeitos da crise: cerca de um terço desse universo perdeu receitas em 2020. Entre as 50 maiores, 28% acusaram que- das de faturamentos.” Os indicadores da Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), que reúne os nomes mais graúdos do setor, apontam na mesma direção. Uma pesquisa realizada recentemente pela entidade constatou um recuo real nas receitas totais das cerca de suas 160 filiadas na faixa de 2% a 3%. “Várias agências registraram até crescimento da rentabilidade, embora tenham perdido receitas. Isso em razão de renegociações de contratos em geral, inclusive aluguéis, e reduções de gastos com via- gens e a manutenção de escritórios”, observa Carlos Henrique Carvalho, presidente executivo da Abra- com. “Os cortes de pessoal não foram expressivos.” O dado mais relevante de 2020, na avaliação do executivo, foi a valorização das agências junto às empresas em meio ao caos gerado pela pande- mia. Poucas semanas após o início do isolamento social e das restrições à circulação da população, clientes e prospects perceberam que o silêncio era o pior posicionamento possível. Trataram, então, de buscar ajuda para a criação ou o reforço de canais de comunicação junto a seus públicos estratégicos e funcionários. “Houve muita procura, em particular, por serviços de comunicação interna, pois o trabalho a distância tornou muito mais difícil manter funcio- nários engajados com os propósitos das empresas, e por treinamento de porta-vozes para participações em eventos ao vivo na internet”, observa Carvalho. Ativismo corporativo chegou para ficar – No dia 19 de março de 2020, a Textual lançou uma es- pécie de manifesto para a atuação estratégica da comunicação diante da pandemia que estava come- çando no Brasil. E o fez partindo da certeza de que seria necessário debater e dialogar com os clientes e equipe e a partir daí encontrar caminhos que, em meio as múltiplas transformações, contribuíssem para minimizar o brutal impacto que o isolamento representaria na vida das pessoas. “Buscamos, antes de comunicar, atuar na leitura do cenário e da cocriação de novas iniciativas, tanto para o púbico interno, como para o ecossistema de atuação da empresa e, posteriormente, para toda a sociedade”, diz Carina Almeida, presidente e funda- dora da Textual. A ação não ficou restrita ao Brasil: “Buscamos adicionalmente insigths das parceiras internacionais na IPRN, sediadas em países onde a pandemia estava mais avançada”. A agência também elaborou para seus clientes um conjunto de conteúdo (boletins e programas no Youtube), que depois abriu para todo o mercado “com o objetivo de disponibilizar a todos a leitura de cenários e o aprendizado por nós acumulado à medida em que a pandemia avançava”. Se teve a celebração de seu jubileu de prata, pelos 25 anos de vida, ofuscada pela pandemia, a agência, por outro lado, contabilizou no segundo semestre de 2020 a chegada de boas contas, entre elas BRF, Cubo (do Itaú), Credsystem e PokerStars.net. E também avançou nos treinamentos online, com o lançamento de plataforma própria de EAD. “Investimento que já vínhamos realizando há dois anos e que nos permitiu treinar muitas turmas em 2020 e continuar avançan- do agora em 2021”, ressalta Carina. Olhando o futuro e as tendências, ela não tem dúvi- da em afirmar que a pandemia acelerou as transforma- ções no mundo empresarial, em temas como ativismo corporativo (incluindo suas lideranças), propósitos e causas, empatia, nova agenda social (em temas como inclusão, diversidade, meio ambiente, bem estar), ado- ção verossímil pelas organizações do conceito ESG. Carina Almeida, Textual
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