Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021
Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021 5 contemporâneo, esse é o das agências de comunica- ção, que do dia para a noite, em março de 2020, viu-se obrigado a deixar suas instalações, para adotar o home office em suas hostes. E, mais do que isso, ser o ampa- ro de que os clientes necessitavam para, também eles, implementarem os novos protocolos de trabalho junto às equipes e stakeholders . Foi uma dupla jornada, em que prevalecia o desconhecido e avultava o cerco da in- segurança inicial sobre os rumos do negócio, diante das ameaças de cortes de budget e mesmo de contratos. Ao final, o que se viu foi o fortalecimento da atividade, ainda que do ponto de vista financeiro o ano de 2020 tenha sido uma gangorra, com crescimentos e quedas que se sucederam ao ritmo de até três dígitos. Para o tamanho do tsunami e das consequências esperadas para um setor que, apesar de estratégico, não é visto como essencial, o estrago saiu barato, com uma queda bruta de 0,61% e real/líquida de 5,13% (considerada a inflação de 4,52% em 2020), batendo o faturamento em R$ 3,00 bilhões, contra R$ 3,02 bilhões de 2019. Também aqui o Anuário traz uma reportagem de fôlego feita pelo experiente Dario Palhares, que tem acompanhado o setor e a publicação nesses últimos anos, sendo, portanto, um observador privilegiado e constante da atividade. Outro ponto que tem vislumbrado avanços consis- tentes no mundo da comunicação é a mensuração dos resultados da atividade, o chamado ROI, que sempre se mostrou um desafio dos mais complexos, pela dificul- dade de comprovar de forma objetiva a relação custo- -benefício dos investimentos. Sabem os mais antigos o quanto incipiente era e o quanto sempre se questionou no mercado o uso da centimetragem e outras compa- rações com publicidade para se avaliar o resultado de um trabalho de RP dentro de uma organização. Múlti- plos métodos foram desenvolvidos desde então buscan- do suprir essa lacuna, com maior ou menor sucesso, mas sempre enfrentando a dificuldade em apresentar métricas isentas da subjetividade humana. Sem contar que alguns dos serviços oferecidos foram desenvolvi- dos pelas próprias agências de comunicação, gerando críticas do tipo “quem faz não pode medir o seu próprio serviço”. O que temos hoje são avanços acelerados que che- gam com o uso de dados e da inteligência artificial, turbinados por algoritmos e metodologias consisten- tes. São processos que conseguem oferecer resultados mais críveis e consistentes para as marcas, sobretudo em relação à sua reputação e, em consequência, de seu efetivo valor de mercado – e também dos concorrentes, quando se busca comparações objetivas. Certamente há ainda muito espaço para melhorias, pois é relativamen- te recente a chegada dos engenheiros a esse mundo de percepções, mas eles já começam a dominar o estado da arte e estão aí várias empresas recebendo aportes financeiros para investir em tecnologias inovadoras, que buscam oferecer serviços diferenciados e de excelên- cia para as marcas e agências de comunicação. Isso é o que se propõe mostrar a matéria especial feita pela repórter Cristina Vaz de Carvalho, que ouviu clientes, pesquisadores e as mais importantes empresas desse mundo para apresentar um diagnóstico e uma espécie de quem é quem nesse universo e como esse serviço que pode transformar de forma acentuada as relações públicas está hoje posicionado. Com esta, o Anuário da Comunicação Corporativa chega à 12ª edição e o faz de cara nova, em projeto de- senhado por Nilson Santos, da Ponto & Letra, sempre com a mesma consistência editorial que o acompanha desde a primeira edição, em 2009. Muito dessa consis- tência devemos ao Instituto Corda – Rede de Projetos e Pesquisas que, sob a dire- ção de Maurício Bandeira, tem nos permitido oferecer indicadores de excelência sobre as agências de co- municação, bem como o único ranking existente, que abrange praticamente todas as mais importantes agên- cias do mercado, permitindo que se conheça o tamanho e o potencial de cada uma delas. A todas as 229 agências que responderam a Pesqui- sa Mega Brasil, atendendo nossos insistentes pedidos, um sincero agradecimento. Agradecimento sincero que, aliás, externamos também aos mais de 50 anunciantes, base de sustentação desse projeto, que é distribuído gratuitamente a todo o merca- do, numa circulação digital da ordem de 100 mil exem- plares. Claro, teremos também uma tiragem em papel, para aqueles que ainda apreciam o tato e o olfato de uma publicação, com “sabor e odor” gráficos. Por fim, a gratidão à perene parceria com a Aber- je e a Abracom, instituições mater de nosso universo e principais responsáveis pelo constante aprimoramento e desenvolvimento da atividade da comunicação e de seus profissionais e gestores. Eduardo Ribeiro e Marco Rossi Diretores da Mega Brasil Comunicação
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