Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA

Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2021 13 B asta um rápido olhar pelos números trazi- dos por esta edição do Ranking das Agên- cias de Comunicação para reparar que 2020 foi uma gangorra para o segmento. Houve crescimentos – raros, mas reais – superiores a 100% e também algumas quedas bruscas. E no meio, encontramos também um significativo grupo de empresas que ficou no zero a zero, mantendo em 2020 o mesmo desempenho de 2019. Noves fora, crescimento e queda praticamente se anularam e com isso o resultado final foi um empate técnico na faixa dos R$ 3 bilhões (R$ 3,02 em 2019). Desempenho modesto é verdade, mas melhor do que as expectativas iniciais e nada desprezí- vel considerando que, no mesmo período, o PIB do País recuou 4,1% e o setor de serviços, onde estão as agências, 7,8%. Vale lembrar que com esse resultado o setor interrompe dois anos consecutivos de crescimento (2019 e 2018) e retoma a saga dos anos de 2012, 2015 e 2017, quando andou de lado ou recuou li- geiramente, como agora. Em 2019, a propósito, o crescimento foi de 5,4% sobre 2018, quase todo ele consumido pela inflação de 4,31%. Ainda assim, houve um saldo tímido de 1,1%. Já em 2020, com o ligeiro recuo de 0,61% no faturamento bruto e uma inflação de 4,52% medida pelo IBGE, o setor amargou queda real de 5,13%. Neste caderno, logo após o Ranking das Agên- cias de Comunicação, o coordenador da Pesquisa Mega Brasil com Agências de Comunicação, Mau- rício Bandeira, decupará com base nos indicadores todas as nuances desse desempenho, que foi mui- to ameaçado no primeiro semestre, mas que aca- bou tendo boa recuperação na parte final do ano. Liderança dividida A liderança por faturamento do segmento das agências de comunicação manteve-se novamente com a FSB. O Grupo fechou 2020 com faturamento de R$ 253,2 milhões contra R$ 255,3 milhões de 2019, registrando a primeira queda desde que as- sumiu a ponta do ranking dez anos atrás. Em verda- de uma queda irrelevante, inferior a 1%. A agência, no entanto, perdeu pela primeira vez a liderança no ranking de colaboradores, que foi assumida pelo Grupo In Press. Enquanto o total de colaboradores da FSB recuou de 632 em 2019 para 474 em 2020 (corte de 158 vagas), o total de colaboradores da In Press saltou de 584 para 613 (29 novos postos de trabalho). Pelos números, temos aí uma FSB fazen- do mais dinheiro com menos colaboradores. A mesma In Press também avançou no ranking de faturamento, ocupando a vice-liderança, posição que nos últimos anos vinha sendo ocupada pelo Grupo TV1, que, este ano, está fora do ranking pela impossibilidade de se obter informações que permi- tissem aos editores uma estimativa segura. Do mes- mo modo, também não entraram no ranking a MZ, agência especializada em relações com investidores, e a In.Pacto, sucessora do Grupo Informe e líder de mercado em Brasília. Pelo porte, as três organizações foram incluídas nas projeções de faturamento do se- tor, com peso igual ao de agências similares. Novo vice-líder, o Grupo In Press registrou cres- cimento nominal em suas receitas de pouco mais de R$ 10 milhões, saltando de R$ 158,4 milhões para R$ 168,6 milhões, o que dá aproximadamente 6,5%. A distância para o Grupo FSB, na liderança, ainda é grande, da ordem de R$ 85 milhões. Em compensação é também de binóculos que o Grupo In Press enxerga o terceiro colocado, Grupo Ideal (receita de R$ 75 milhões em 2020), com distância ainda maior: R$ 93,6 milhões. É de se ressaltar que as três organizações lí- deres apresentam-se neste ranking como grupos, resguardando as informações individualizadas das agências que os integram. Já outras agências apresentam-se individualmente, caso da Máquina Cohn & Wolfe e da BCW Brasil que, caso estives- sem reunidas por serem do mesmo grupo, ocupa- riam a terceira colocação, com faturamento bruto de R$ 108,6 milhões. Mesmo não sendo ideal, essa fórmula adotada desde a origem deste Anuário tem o mérito de ofe- recer ao mercado uma ideia de conjunto e da força das respectivas marcas. Entre as dez maiores, a agência que mais subiu foi a Ketchum da 9ª para 6ª posição, beneficiada,