Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2020

80 O corte que efetuamos na equipe foi duro, mas necessário para preservar os demais empregos da casa. O setor, é fato, vive um momento difícil Juliano Nóbrega , CEO da CDN Comunicação agências menores, como a nossa, que conseguem oferecer um serviço de qualidade, com preços adequados, sem ter de empurrar para os clientes custos de sedes caras na Faria Lima e imediações”, alfineta o sócio Alcides Ferreira, referindo- se à região da capital paulista onde várias de suas concorrentes mais musculosas estão instaladas. Com 16 anos de estrada, a N.A. Comunicação dedicou- se durante boa parte de 2019 à reformulação de suas estratégias de abordagem de prospects e clientes. Os resultados do esforço começaram a surgir já a partir da segunda metade do ano, com a chegada à casa do Instituto Carlos Matus e da consultoria Korn Ferry, entre outros novos clientes, e ganharam intensidade no início de 2020. De março em diante, a equipe de vendas centrou suas ações nas vendas de serviços, colhendo alguns sucessos. “A nova meta, bem inferior à traçada originariamente, em dezembro, é fechar o ano com uma evolução na faixa de 5% a 10%”, diz a sócia- fundadora Nancy Assad. “A partir do segundo semestre, acreditamos em crescimento a taxas mais robustas.” A retomada das atividades do setor e da economia em geral, entretanto, poderá ser postergada em razão de um novo e preocupante fato no cenário doméstico, a crise institucional e política que tem como foco de origem o Palácio do Planalto. Sócia-fundadora da rede internacional Baird’s CMC e afiliada local da Waggener Edstorm, dos Estados Unidos, a Fundamento já vem percebendo, em contatos no exterior, uma crescente aversão a investimentos no Brasil. “Até a primeira metade da década, um quarto das nossas receitas era garantida por contratos externos. Essa realidade alterou- se profundamente nos últimos anos – primeiro por causa da recessão entre 2015 e 2018, e agora pela falta de credibilidade institucional do País”, assinala Marta Dourado. Tal desconfiança, diga-se, não é tão recente. Em 2019, apesar da boa performance do mercado acionário, que fechou a temporada com alta de 31,58%, os investidores estrangeiros retiraram R$ 44,5 bilhões do pregão local, o maior volume registrado na série histórica da B3, a bolsa de valores de São Paulo, que teve início em 2004. De quebra, em razão do pouco caso demonstrado pelo Executivo Federal em relação às queimadas na Amazônia, em setembro último, um grupo de 230 pesos pesados do mercado de capitais global, com US$ 16,3 trilhões em ativos sob gestão, condenou o desmatamento na Região Norte do País e avisou que as empresas envolvidas direta ou indiretamente na devastação, brasileiras ou de outras nacionalidades, “poderão enfrentar dificuldades crescentes de acessar os mercados internacionais”. “As questões políticas da MERCADO E INOVAÇÃO

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