Anuário da COMUNICAÇÃO CORPORATIVA | 2020
105 produtiva. A capilaridade global da empresa trouxe agilidade e a atuação de enfrentamento. Um laboratório interno usado para testes em produtos foi reformulado e em três dias passou a fornecer álcool em gel para a Prefeitura. Por meio da coligada ProfiGen, a empresa emprestou à Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) equipamento com capacidade de extração e processamento de material genético do vírus (RNA) apoiando cinco mil testes iniciais para diagnóstico. “Não há espaço para uma empresa ver a sociedade viver um drama e não participar”, diz o diretor de Assuntos Corporativos da Philip Morris Brasil, Fernando Vieira. O diretor geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), Hamilton dos Santos, afirma que seus associados demonstram agilidade em redirecionar seus programas e compromissos de responsabilidade social à causa única de combate ao vírus, com impactos reputacionais de uma forma ou outra, principalmente quando envolvem entrega de recursos e alinhamento com a ciência e autoridades de saúde na promoção de comportamentos adequados. “Quando a empresa não se alinha, o impacto social negativo pode ser grande”, avalia. Desenvolvimento local e comunidades também são foco do trabalho social da Yara, empresa especializada em nutrição de plantas. Mas a ampliação dos parceiros e formatos mais coletivos e M uito se tem discutido se a avalanche de ações empresariais de solidariedade no apoio à sociedade e ao poder público no combate à crise da pandemia, como as que vimos nesta reportagem, marcará de fato um tempo de transformações, em que as causas sociais, humanitárias e ambientais, ganharão espaços consistentes nas organizações, ou se estaríamos vivendo um ciclo pontual, com começo, meio e fim. É voz corrente de que nada será como antes, depois de tudo o que estamos vendo acontecer com o mundo na crise sanitária. Mas não se pode esquecer que são declarações dadas no calor do acontecimento, influenciadas por um cenário catastrófico que tem exigido soluções atípicas, diferentes, inovadoras para fazer frente aos desafios colocados. Mas elas vão efetivamente ser duradouras? É certo que a sociedade vem se transformando, ganhando voz, elevando o patamar de exigências em relação às empresas e ao consumo de ummodo geral. Mas até que ponto tudo isso impedirá uma contramarcha nos investimentos sociais, tendo em vista as metas e os objetivos financeiros das organizações e seus acionistas? Camaleônico, o capital tende sempre a buscar as melhores oportunidades de ganhos. E só refreia seu ímpeto quando descobre que o patrimônio corre risco. A sociedade tem hoje a faca e o queijo nas mãos. Dependerá dela e da pressão que venha a exercer efetivamente na defesa de seus direitos a consolidação de empresas verdadeiramente cidadãs. E nesse cenário um dos atores de maior relevância é a comunicação, área que terá papel fundamental na implementação das transformações tanto pelo seu conhecimento da realidade quanto pela capacidade de ler e interpretar cenários. Talvez – e é nisso que se aposta – a comunicação empresarial tenha, nessa crise e no que se sucederá, a maior chance de projeção de sua história, consolidando-se como atividade estratégica e essencial no mundo dos negócios e no olhar da sociedade. Como será no pós-pandemia? colaborativos são resultantes da crise. A empresa destinou R$ 1 milhão para apoio a comunidades em 25 municípios onde está presente, desde atendimento a solicitações das áreas de saúde por EPIs até doação de alimentos com envolvimento de ONGs, associações, Apaes, Rotary e até cooperativas de costureiras para produção de máscaras. Em menos de dois meses, 2,5 mil famílias foram beneficiadas com 55 toneladas de alimentos, boa parte entregue por pequenos produtores de hortifrutigranjeiros, categoria afetada por fechamento de escolas e restaurantes. Signatária do pacto de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), as ações mantiveram-se fiel aos cinco princípios endereçados – fome,
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