Revista Locação 99

14 para o turismo, seja de lazer, seja de negócios. Com os pátios cheios, as locadoras tiveram de ir buscar espaço para resguardar essa frota parada de maneira segura, o que acabou sendo mais um grande desafio. Houve, ainda, a necessidade de renegocia- ção dos financiamentos junto aos bancos e um aumento de desmobilização da frota de se- minovos, como estratégia de boa parte das locadoras para recuperação e manutenção de condições mínimas de caixa. Em linhas gerais, como se deu a recuperação da demanda pelos carros alugados a partir do segundo semestre do ano passado? PMJ: A demanda pela locação de veículos, em todos os seus principais nichos, voltou a ser verificada e então começamos a ter de enfrentar a falta de carros 0 km no mercado, em função das dificuldades de insumos para a retomada do ritmo de produção nas montadoras. Esse proble- ma persiste até hoje, inclusive ainda mais agravado. Mas outra questão que vai além dos chips eletrônicos pode piorar este cenário: a falta de magnésio, mineral que é de suma importân- cia para a produção de veículos e que pode causar o fechamento de fábricas em todo o mundo. Qual o nicho da locação de automóveis que mais causa preocupação? É o do aluguel para os motoristas de aplicativos? PMJ: O Brasil atravessa hoje um aumento considerável de combustível que afeta tudo e todos. No setor de aluguel de automóveis, sobretudo, os mo- toristas de aplicativos. Realmen- te, a operação dos aplicativos de transporte atravessa um momento decisivo, mas caso os Entrevista A FALTA DE MAGNÉSIO, MINERAL QUE É DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA A PRODUÇÃO DE VEÍCULOS, PODE CAUSAR O FECHAMENTO DE FÁBRICAS EM TODO O MUNDO Falando em parcerias de negócios, as ofertas de produtos e serviços em condições diferenciadas para as locadoras associadas ficaram mais visíveis. O que foi feito para isso? PMJ: Sim, na área comer- cial, nós ampliamos o leque de parcerias com descontos e benefícios para as asso- ciadas, na medida em que acabamos com a exclusivida- de de somente um fornece- dor por produto ou serviço ofertado, mas sim oferecendo múltiplas opções de parcerias aos associados. Além disso, com a criação da ABLA Negó- cios para desenvolver produ- tos e serviços relacionados às necessidades tecnológicas das locadoras, principalmente as pequenas e médias, que são as que mais precisam da ABLA, também já estamos de- senvolvendo um Marketplace no qual a intenção é que as locadoras encontrem tudo o que precisam em produtos e serviços em um só lugar. O mercado também tem se mostrado mais interessado nos números do aluguel de veículos. Como a ABLA lidou com essa demanda nos últimos quatro anos? PMJ: Respondemos às demandas do mercado sobre nossas estatís- ticas mantendo a transparência dos nossos números e indo além a partir da expansão do Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos. Nós decidimos divulgar as estatísticas completas em cada estado e no DF e ampliamos a nossa parceria com o Serviço Federal de Processamento de Da- dos, o Serpro, que é responsável pelo fornecimento dos números da frota do setor no país. Agora, recebemos esses números men- salmente e não apenas uma vez ao ano, como era no passado. Essa foi outra evolução. Não podemos deixar de lado a questão da pandemia, afinal é sob seu mandato que o setor está enfrentando essa realidade. O que será preciso superar? PMJ: É verdade. Começamos enfrentando as medidas de restrição da nossa atividade de locação de veículos, nos meses de abril e maio de 2020, até conseguirmos o reconhecimento do aluguel de carros como atividade essen- cial na pandemia. Ao mesmo tempo, houve a devolução em massa de veículos alugados, principalmente por parte dos motoristas de aplicativos e o desaparecimento da demanda

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