Revista Locação 97

22 F A LTA D E S E M I C O N D U T O R E S P E R S I S T E INDÚSTRIA AUTOMOTIVA ESTÁ LONGE DE ATINGIR O PATAMAR PRÉ-PANDEMIA; EMPRESAS DO SETOR AINDA CORREM O RISCO DE NOVAS PARALISAÇÕES NA LINHA DE PRODUÇÃO Montadoras A retomada da economia mun- dial – após o fechamento ou in- terrupção de funcionamento das fábricas no mundo todo em2020, devido à pandemia – tem se so- mado ao aumento da demanda global por aparelhos eletrônicos pelos consumidores que estão em isolamento social, o que impactou no fornecimento dos semicondu- tores. Isso dificulta diretamente a produção de veículos. Em ritmo lento, as montadoras acumulam uma longa fila de espera para atender à demanda. A Anfavea não comenta o prazo atual que está sendo pra- ticado para a entrega de novos veículos, mas assume que a fila é longa. “A indústria está fazendo o possível para acelerar a produ- ção de alguns modelos que estão em fila de espera, mas isso de- pende da resolução do problema dos semicondutores, algo sobre o qual não temos controle. Um único automóvel pode ter até 600 chips. Não temos, portanto, como precisar uma média para prazo de entrega”, explica o pre- sidente da entidade. Dados apresentados pela Anfavea mostram que em abril de 2021 foram vendidos mais de 175 mil veículos leves, nú- mero 7,5% menor em relação ao mês de março, que regis- trou quase 190 mil unidades. No acumulado dos quatro me- ses do ano, foram mais de 703 mil veículos. O número é 14,5% maior em relação ao mesmo período do ano passado. A previsão da associação é que o segundo semestre seja melhor. “Começamos o ano com uma projeção de que a produção seria 25% maior em relação a 2020. Mas ainda não prevemos chegar aos níveis pré-pande- mia”, assinala Moraes. Como se não bastasse a atual crise, a indústria au- tomotiva ainda tem grandes desafios pela frente, como a eletrificação, automação, co- nectividade e serviços digi- tais. “São desafios de trans- formação como jamais vistos na história. As duas primeiras, que envolvem maiores investi- mentos, foram um tanto pre- judicadas pela pandemia. As outras duas foram aceleradas por uma série de mudanças no comportamento dos consu- midores durante a pandemia. São tendências que devem permanecer após o controle sanitário da Covid”, destaca o presidente da Anfavea. As indústrias mundiais avan- çam na produção e venda de veículos elétricos. Para a Anfa- vea, essa mudança ainda é uma realidade muito distante no Bra- sil. “Não existe uma política de Estado que incentive a eletrifi- cação da frota. Estamos discu- tindo com agentes públicos e com toda a cadeia automotiva qual será a rota tecnológica dos veículos no Brasil. Não podemos esquecer nossa especialização em motores a biocombustíveis, que são ambientalmente muito interessantes. Existem estudos do uso do etanol como fonte de energia para motores elétricos, por exemplo, além de biogás, diesel verde e outras iniciativas de grande impacto na redução das emissões de poluentes”, completa Moraes. ENQUANTO a retomada do mercado de locação de veículos ao pata- mar da pré-pandemia já é per- cebida em algumas regiões, a indústria automotiva ainda está longe de se normalizar. De acordo com o presidente da Anfavea (Associação Nacio- nal dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Carlos Mo- raes, não há previsão até aqui de melhorias para este ano. “O setor ainda pode conviver com paralisações, principalmente por causa da crise do fornecimento de semicondutores, um proble- ma global que vai durar até o fim do ano, pelo menos”, revela. FÁBRICA DA GM EM SÃO CAETANO DO SUL: DEMANDA POR LANÇAMENTOS DA MONTADORA, COMO A NOVA CHEVROLET S-10, É ALTA

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