Revista Locação 96
35 O HISTÓRICO das atividades relacionadas a viagens de lazer e negócios, cenário em que as locadoras de automóveis estão inseridas, revela um impacto muito forte da pandemia. O ano passado foi duríssimo para as agências de viagem, com queda de 70% no movimento. Com- panhias aéreas e empresas de- dicadas a eventos corporativos também encolheram. Magda Nassar, presiden- te da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), é uma das líderes do turismo empenhada com a recuperação do setor. Ela lembra que, com a pandemia, muita gente a princí- pio ficou perdida. "Com o tempo, ficou claro que as pessoas iam voltar a viajar inicialmente em suas próprias regiões, nos arre- dores em que viviam. E isso, de fato, aconteceu. Viagens curtas foram as escolhidas num pri- meiro momento, favorecendo as locadoras. No final de ano, tive- mos uma temporada tranquila. As viagens com a família segui- ram todos os protocolos neces- sários", recorda. Paralelamente, os turistas que se arriscavam a fazer via- gens mais longas encontravam destinos internacionais que vol- taram a recebê-los, seguindo os novos protocolos. "No final de 2020, em plena temporada de verão, países que estavam aber- tos, como o México e as Maldi- vas, tiveram grande procura", afirma a presidente da ABAV. O primeiro ponto então a ser destacado nessa expectativa de recuperação do turismo é exata- mente esse: a consolidação dos protocolos sanitários. Magda recorre a um passado recente para ilustrar o comportamento diante de exigências que acaba- ram se mostrando essenciais e permanentes. "O 11 de setembro trouxe muitos protocolos para as viagens aéreas que a princí- pio pareciam exagerados, e são seguidos até hoje. Eu gostaria que os protocolos ficassem. A gente se habitua com eles", opina. Magda acredita, como mui- tos, que as pessoas vão retomar suas vidas com a vacinação, e viajar está desde já na lista de prioridades da maioria para quando esse momento chegar. Provavelmente, a redescoberta do turismo será gradativa. "É preciso aprender de novo a via- jar, e essa conduta passa primei- ro por viagens mais próximas. Se hospedar, por exemplo, em um resort que fica a uma, duas horas de carro de sua casa. Acontece que o turismo regional se exaure. Você não vai sempre para o mesmo resort perto da sua casa em dois, três anos se- guidos", pondera ela. "Teremos uma nova preparação a cada viagem, com procedimentos-pa- drão, que não atrapalharão em nada o turismo", completa. Quando isso vai acontecer? Difícil precisar, adianta Magda. "Previsões são complicadas para a pandemia que está aí. O que podemos dizer é que devemos estar preparados para qualquer cenário. Hoje, já é possível viajar com segurança, embora a res- ponsabilidade por essa escolha seja sempre do turista. A indús- tria do turismo como um todo, por sua vez, se preparou muito bem para evitar a contamina- ção, e vai estar preparada quan- do chegar o momento de ter- mos um fluxo mais consistente de viajantes", afirma. "Todos os destinos vão se recuperar rapi- damente no momento em que a população estiver vacinada e segura. Está todo mundo louco de vontade de viajar. As pesqui- sas demonstram que viajar é um desejo imediato do brasileiro", completa ela. Em uma análise mais apura- da do setor de locação, Magda detecta que este virou uma ten- dência fortíssima. "Foi o setor que teve melhor desempenho no turismo durante a pandemia, com crescimento de vendas", assinala a presidente da ABAV. Para ela, a locação foi im- portante para atrair gente com perfil diferente para o turismo, pessoas que não costumavam alugar carro e de repente des- cobriram que, com esse servi- ço, se sentiriam seguras para viajar. "Acompanho de perto o setor de locação e sei que hoje há muita consulta sobre veí- culos para alugar nas férias de junho e julho. Acredito que esse é o momento certo para fortale- cer as parcerias entre agências de viagens e locadoras. Sempre tivemos uma relação um tanto distante, mas agora temos um cenário propício para estreitar esse contato", aconselha ela. Magda ressalta que o Brasil precisa vencer a pandemia em todos os setores, não apenas no turismo ou especificamente na locação. "No momento, esta- mos um tanto fragilizados, pois a segunda onda fez com que déssemos alguns passos para trás. Mas superar essa situação será uma questão de tempo", finaliza. VENCER A PANDEMIA SERÁ UMA QUESTÃO DE TEMPO, OPINA A PRESIDENTE DA ABAV NACIONAL Locação Diária
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