Revista Locação 96
26 recuperação breve, o sinal se inverteu e a demanda por parte dos motoristas de aplicativos passou a ser até maior em comparação com o período ante- rior à pandemia”, ressalva o diretor. Enquanto a locação diária so- freu uma drástica redução, inclusi- ve nos nichos de turismo de lazer e negócios, a terceirização em Goiás também enfrentou dificuldades. No estado, ela responde por 75% dos negócios das locadoras. “A terceiri- zação apresentou retração de não surgindo, como a necessidade de maior manutenção”, argumenta. Em Minas Gerais, o diretor da ABLA também detecta dificulda- des para as locadoras se a falta de veículos para compra persistir. “Se a locadora não adquire novos auto- móveis, também não consegue des- mobilizar. A manutenção da frota fica maior e mais cara”, afirma Leo- nardo. Segundo ele, outro problema sentido pelas empresas mineiras é falta e aumento do preço de alguns produtos, como pneus, óleos lubrifi- cantes e peças. “Realmente, a falta de carros é o nosso maior temor. Ainda não se enfrenta dificuldade de crédito ou inadimplência. Quem trabalha com terceirização consegue passar al- guns reajustes na renegociação ou renovação de contrato. O impacto na pessoa jurídica foi minimizado, graças às atividades de mineração, agronegócio e construção civil, que não sofreram tanto com a pandemia. Na locação diária, quem tem carro para trabalhar está conseguindo também manter a tarifa num pata- mar competitivo. Ouso dizer que al- guns segmentos, como o carro por assinatura, estão crescendo”, com- pleta o diretor da ABLA mineira. Locadoras LEONARDO: FALTA DE VEÍCULOS É O MAIOR RECEIO A ALTA DOS COMBUSTÍVEIS SE TORNA MAIS UM CUSTO PARA O MOTORISTA E INTERFERE NO SEGMENTO DE ALUGUEL PARA APLICATIVOS mais do que 20% no início da pan- demia. Depois, houve até expansão para atender o agronegócio e empre- sas das áreas de saneamento e de energia elétrica”, recorda Donzelli. No momento, porém, com a falta de veículos, a terceirização poderá ser atingida. “Além de não ter carro para comprar, quando tem, encontra- mos com um aumento grande. Carro é insumo básico para nós. Qualquer aumento impacta na rentabilidade. O mercado está no limite de absorção desse custo”, alerta o diretor. O dilema das locadoras é que elas precisam segurar o preço de suas tarifas, que, por sua vez, estão represadas e precisariam ser re- compostas. Assim, não são apenas os clientes que se veem em dúvida sobre a assinatura de novos contra- tos de terceirização. As locadoras também estão nessa situação, uma vez que não sabem se terão veículos para cumprir novos contratos. “Quem tinha lá atrás uma reserva técnica na frota, acabou vendendo esses carros para fazer caixa. Ago- ra, é preciso repor esses ativos para fechar novos contratos e isso não é possível”, resume Donzelli. “A falta de veículos é algo incontornável para uma locadora, os problemas acabam
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