Revista Locação 96
25 A PERSPECTIVA das locadoras no momento em que o Brasil volta a ter alerta máximo contra a propagação do coronavírus depende bastante da região onde elas estão instaladas. Na terceirização, por exemplo, o im- pacto da pandemia pode ser maior ou menor, dependendo das ativida- des econômicas que possuem maior demanda pelo serviço em cada es- tado. Mas existe uma preocupação comum a todos: a falta de veículos para renovar a frota e planejar no- vos contratos. “A pandemia gerou muita inquie- tação com a alta do preço dos veícu- los e a falta de previsão para a en- trega dos automóveis comprados”, afirma Rogéria Vianna de Alencar, diretora da ABLA na Bahia. “O gran- de problema nesse momento é que não temos veículos para adquirir. Isso é o pior de tudo”, opina Adriano Donzelli, diretor regional da associa- ção em Goiás. “A grande dificuldade do momento para as locadoras é a renovação dos veículos diante da grande demanda de compra”, con- firma Leonardo Soares, diretor da entidade em Minas Gerais. Os três estados são mercados importantes para o setor de locação e refletem o que está acontecendo com as lo- cadoras no furacão dessa segunda onda da pandemia. “Ao final da primeira onda, a si- tuação tinha melhorado bastante, depois do susto inicial que a pan- demia nos trouxe. Mas, com a vira- da do ano, esse pique passou, e a tendência no momento não é das mais favoráveis, uma vez que a eco- nomia entrou em compasso de es- pera. As empresas estão receosas sobre qualquer passo mais ousado. Há muito investimento represado, engavetado. Ninguém quer começar um novo negócio com essa situa- ção”, avalia Donzelli. Em Goiás, conta ele, a procura por aluguel diário ficou considera- velmente reduzida, e um dos moti- vos para essa queda é o fato de que a população nem sempre está cons- ciente de que o serviço de locação é essencial e não foi interrompido. Ao contrário, tornou-se uma alter- nativa cada vez mais importante para o transporte em tempos de iso- lamento social. “Essa dúvida ainda persiste na cabeça das pessoas, se estamos funcionando ou não. Aqui na nossa locadora, por exemplo, não paramos em nenhum momento, fun- cionamos 24 horas e não fechamos nenhum dia”, relata Donzelli. Ele lembra que o movimento das locadoras que trabalham com moto- ristas de aplicativos também dimi- nuiu bastante. Com isso, as empresas estão negociando valor de diárias e alongando a dívida dos clientes com esse perfil. “Não é um bom momento para quem trabalha com aplicativos. As empresas continuam fechadas, com seus funcionários trabalhan- do em home office. E o orçamento familiar está apertado, sem muita margem para despesas extras de lo- comoção”, destaca o diretor. A exceção foi o período entre setembro e o final do ano. “Foi uma IMPACTOS JÁ SÃO SENTIDOS NA MANUTENÇÃO DA FROTA, RENTABILIDADE E PLANEJAMENTO DAS EMPRESAS ADRIANO DONZELLI: LOCADORAS ESTÃO NO LIMITE DA ABSORÇÃO DE CUSTOS
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