Revista Locação 96
20 ESCASSEZ DE MATÉRIA-PRIMA, ALTA DE PREÇOS E FILA DE ESPERA SEMICONDUTORES , aço, plásticos e até pneus. A lista de matérias- -primas que estão em falta na produção de automóveis no Brasil é grande. Vários fatores levaram a essa escassez, entre eles a pressão do câmbio que desvaloriza o dólar frente ao real e pressiona os preços de muitas commodities da indús- tria automotiva. O suprimento de semicon- dutores é uma situação à par- te, motivando a paralisação de várias linhas de montagem no país (confira matéria na página 14). Recentemente, um acidente com um grande cargueiro tra- vou o Canal de Suez, uma das principais rotas de transporte marítimo do mundo, atrasando ainda mais importantes entre- gas de insumos para a produção de veículos no país. Com isso, o prazo para as lo- cadoras conseguirem um veícu- lo zero quilômetro hoje gira em torno de 150, 180 dias. "Esta- COM PARALISAÇÕES NA PRODUÇÃO, INDÚSTRIA AUTOMOTIVA ENFRENTA DIFICULDADE PARA ENCURTAR O PRAZO DE ENTREGA DE VEÍCULOS NOVOS ÀS MONTADORAS Montadoras mos mantendo conversas cons- tantes com as montadoras, mas esse quadro está longe de ser superado. E a cada paralisação de uma fábrica, aumenta o tem- po para as entregas dos carros que necessitamos", afirma Pau- lo Miguel Junior, presidente do Conselho Nacional da ABLA. Ele lembra que muito do que ocorre hoje teve início com o desaceleramento provocado pela pandemia ainda em 2020, quando aconteceram as primei- ras paradas das montadoras. De lá para cá, a indústria ainda não conseguiu corrigir o rumo para conseguir produzir de acordo com a demanda. Motivada pelas medidas mais drásticas de combate à pande- mia adotadas na maior parte dos estados, a última paralisa- ção entre o final de março e o início de abril foi praticamen- te geral entre as montadoras do país. A maioria aproveitou o recesso para tentar arrumar a casa. Entre as que seguiram essa tendência estão General Motors, Volkswagen, Honda, Hyundai, Nissan, Toyota, Volvo, Renault, Jaguar Land Rover e Mercedes-Benz. Segundo a Anfavea, até o dia 31 de março, 14 montado- ras, de um total de 30 fábricas em seis estados do país, tive- ram paralisação total ou par- cial, por pelo menos duas se- manas, obedecendo as regras de restrições para diminuir os casos de coronavírus. A pre- visão no início de abril é que cinco dessas montadoras só deveriam retornar à normali- dade em meados daquele mês. Cerca de 5,5 mil colaboradores ainda estão parados. A associação confirma que os fabricantes aproveitaram o mês de março para reorganizar a linha de produção, já que ainda faltam peças para a produção de veículos. Cerca de 65 mil cola- boradores foram afetados.
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