Revista Locação 95
46 1 9 9 0 1 980 ano; as mudanças impostas pela pandemia, que levou muitos pro- fissionais para o home office e, consequentemente, a circularem menos com seus veículos e a re- avaliar a sua real necessidade, vendendo-o inclusive para quitar dívidas; e o consumo de novos serviços de mobilidade urbana, como os carros solicitados por aplicativos, cujos motoristas, em muitos casos, também não são proprietários, mas têm acesso aos veículos que dirigem junto às locadoras. Não somente as tendências em relação ao uso do veículo fo- ram aceleradas pela pandemia. O consumidor da “Era Covid-19” é também aquele que passa a priorizar viagens nacionais, em vez das internacionais; adota um comportamento mais indi- vidual, preferindo, por exemplo, utilizar o carro para trajetos que eventualmente precise fazer no dia a dia; dá mais relevância a serviços de confiança que ao preço; e não abre mão de mais tecnologia. Esses comporta- mentos também estão associa- dos às medidas de prevenção ao contágio pelo coronavírus, que leva os consumidores a prefe- rirem os serviços do chamado “MaaS” (Mobility as a Service - Mobilidade como serviço). Todo o cenário exposto até aqui abre um “leque de oportu- nidades” para as locadoras de automóveis investirem em no- vos produtos, serviços, eficiên- cia e conectividade. Se o consu- midor do presente já possui uma relação mais flexível com o ve- ículo, quem dirá o “consumidor do futuro”, cujo perfil será for- mado, em sua maioria, pela cha- mada “Geração Y”, os nascidos a partir dos anos 2000?” Será que esse cliente vai querer tirar habilitação com a mesma “pres- sa” com que se tirava antes? Fica a provocação e o convite ao exercício de olhar o futuro, suas demandas e oportunidades. n “CRESCE O NÚMERO DAQUELES QUE ENXERGAM O VEÍCULO COMO ITEM QUE PODE SER CONSUMIDO DE OUTRAS FORMAS, NÃO NECESSARIAMENTE COMO PROPRIEDADE” e conveniência, muitas vezes in- compatíveis com as obrigações relacionadas à posse de um ve- ículo, tais como os custos com manutenção, impostos, seguro, entre outros. Para esse perfil de cliente, o carro pode ser “consu- mido” de forma casual: por hora, dia e até por “assinatura”, du- rante um determinado período. No Brasil, a memória dos tempos de inflação elevada in- terferiu no comportamento dos millenials, levando-os a ainda ve- rem, na propriedade do carro, o sinônimo de garantia necessária para uma eventual emergência. Mas alguns fatores já contri- buem para mudar esse cenário também por aqui: a própria de- preciação do veículo enquanto bem, que varia de 10% a 15% ao
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