Revista Locação 95

15 Entrevista a máquina precisa estar funcionando para que haja desenvolvimento sustentável e consistente. RL: A Fecomercio atuou no ano passado para intermediar iniciativas de concessão de crédito ao turismo durante a crise da pandemia. Essas ações foram efetivas? O crédito continua sendo um fator crítico para o setor? MARIANA: O Conselho de Turismo realizou diver- sas ações pleiteando por crédito, flexibilização na política de reembolsos e cancelamentos, e propos- tas de flexibilização nos encargos (prorrogação, parcelamento, suspensão). Do ponto de vista do Turismo em particular, os resultados em geral fica- ram muito aquém do que era possível. Empresas tiveram muita dificuldade de acesso ao crédito, e mais que isso, a ausência de uma previsibilidade fez com que poucos se arriscassem. Mais que o crédito em si, é importante uma compreensão de como funciona o setor, para que as propostas se encaixem na dinâmica e no fluxo de caixa das empresas. RL: Houve muita quebradeira em 2020? A Fecomercio tem números a respeito? Qual o balanço? MARIANA: Infelizmente ainda não temos esse número, mas ele deve sair até março. Certamente houve sim muitas perdas, de empregos especial- mente, e muito endividamento. RL: O Brasil está perdendo a corrida contra o novo coronavírus e sendo notícia de forma negativa por isso no Exterior. Até que ponto isso afetará a imagem do país quando estivermos aptos a receber turistas estrangeiros? MARIANA: A imagem do Brasil está muito manchada no exterior. E a péssima gestão da pandemia, somada a questões ambientais, vai deixar uma marca profunda na maneira como o país é visto e considerado. Enquanto nós estare- mos tentando nos recuperar, países mais sérios e comprometidos com o turismo estarão colhendo os resultados dos investimentos feitos em treina- mento de mão de obra, inovações tecnológicas e promoções inteligentes. RL: A década passada foi marcada por uma inserção de parte da população que não costumava viajar ao consumo de pacotes, viagens aéreas etc. Até que ponto o cenário atual pode fazer o Brasil regredir nessa inserção? MARIANA: A regressão só se dará por ques- tões econômicas, e não por aprendizado. Quem passa a incluir viagem em seu orçamento só tira quando não há mais como, do contrário modifi- ca / simplifica ao máximo, mas mantem - razão pela qual o turismo de curta distância com carro locado será uma alternativa por um bom tempo. Nossa preocupação é uma recessão que tire renda de brasileiros e aí, sim, teremos negócios sendo fechados e pessoas desempregadas. Portanto, a demora na realização de uma ampla reforma administrativa, seguida de reforma tributária e criação de ambiente de negócios menos complexo para os empresários é fundamental. Depois da vacina, obviamente. RL: De que forma as locadoras podem contribuir para que o turismo volte a ter um ciclo de crescimento no país? MARIANA: O setor de turismo é muito relevante, e isso ficou provado especialmente pelo retorno positivo que as locadoras tiveram, em alguns casos até substituindo parte dos contratos de frotas. É fundamental que as locadoras também se posicionem para que haja maior compromisso com políticas sérias de turismo no Brasil. n AS LOCADORAS, DE MANEIRA GERAL, SE ADAPTARAM MUITO RAPIDAMENTE AOS PROTOCOLOS SANITÁRIOS “

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