Revista Locação 94

39 TEMPOS DE CRISE colocam à prova a empresa, sua re- putação e modelos de gestão: o que está forte, o que está fraco, o que tem verdadeiramente o apoio das pessoas e o que só existe “para cons- tar”, se a empresa segue com consistência sua ética e princípios, se o rumo estratégico está cla- ro, se os clientes confiam na promessa da marca, se os líderes lideram pelo exemplo, se os fornece- dores e parceiros são aliados para a construção do sucesso nos negócios. Os solavancos da pandemia forçaram mudan- ças estruturais nos negócios e a necessidade de se construir uma forte confiança junto aos atuais e potenciais clientes. Um dos principais aprendi- zados, além da necessidade tecnológica, foi que os líderes precisam estar dispostos a um proces- so rápido e contínuo de questionamento e autode- senvolvimento. A pandemia também ensinou que as armadi- lhas mais comuns são: QUEBRA DO PACTO DE CONFIANÇA entre a empresa e seus stakeholders (funcionários, clientes, fornecedores, parceiros de negócio etc.), quando os princípios da empresa são desrespeitados para se obter ganhos financeiros de curtíssimo prazo. REDUÇÃO INDISCRIMINADA DOS CUSTOS , incluindo demissões em excesso e redução na qualidade dos produtos e serviços, das ações de fidelização, comunicação e pós-venda. PRÁTICA DESESPERADA DE DESCONTOS de preços, fazendo caixa no curto prazo, mas reduzindo as margens de lucro e referências positivas sobre a marca, pois preço referencia a qualidade. FOCO EXCESSIVO NA SOBREVIVÊNCIA DE CURTO PRAZO, cancelando os programas de treinamentos das lideranças, reduzindo investimentos prioritários e barrando as inovações. Vale a pena lembrar que, no pós pandemia, as empresas novamente precisarão de gente compe- tente e comprometida! Será a hora das empresas que mantiveram seus valores, baseados na exce- lência humana e de gestão, colherem os frutos dos seus esforços, coerência e consistência. Na retomada econômica também será preciso entender onde a empresa pode ser mais eficien- te e fazer uma boa gestão de custos e processos, com apoio da tecnologia. Um bom começo é de- senvolver a consciência sobre seus problemas e capacidades competitivas, o que tem de forte e o que precisa ser melhorado (áreas de oportu- nidade) em todos os setores. Precisa fazer uma discussão estratégica lúcida: referenciar o pas- sado para entender o presente, projetar o futuro desejado e detalhar as ações para construí-lo dia após dia. A pandemia mostrou que pequenas startups podem prosperar pelo dinamismo, rápido ajus- te ao mercado, inovação transversal, liderança próxima, metas e medições dos resultados, sim- plicidade estrutural e capacidade de fomentar a paixão de seus colaboradores na direção de uma causa maior do que apenas “ganhar dinheiro”. As empresas que investiram no fortalecimento da re- putação, inovação, pessoas e gestão profissional para entregarem soluções relevantes para o seu contexto e mercado sofreram menos e se recupe- rarão mais rápido, a partir de 2021. Na vida existem os que observam, os que ana- lisam e aqueles que constroem. Como peça-chave para suas decisões pessoais e profissionais, qual será a sua postura? Tenha certeza que a perseve- rança, o trabalho duro e a disciplina são imprescin- díveis para qualquer realização, pois genialidade sem “mão na massa” dificilmente gera resultados. Realmente a fórmula do sucesso é 10% inspiração e 90% transpiração... Carlos Caixeta (carloscaixeta.com.br) é consultor, escritor e professor convidado de escolas de negócios. Tem no currículo mais de 160 empresas, é articulista da Harvard Business Review, autor de vários artigos e dos best sellers empresariais “DOBRE SEUS RESULTADOS: implemente estratégia, alto desempenho, liderança e decisão profissional” e “DOBRE SUAS RECEITAS: dicas poderosas de marketing, vendas, estratégia e persuasão” FOCO, REPUTAÇÃO, ESTRATÉGIA E “DINÂMICA STARTUP” SÃO FATORES A SEREM VALORIZADOS NA RETOMADA ECONÔMICA 1 2 3 4

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