Revista Locação 90

12 Nesse momento de crise, por que o associativismo é ainda mais importante? Principalmente porque o associativismo se transforma numa importante ferramenta tanto para a geração de conteúdo de qualidade – seja para os associados, seja para a comunidade na qual a associação está inserida, disseminando as chamadas boas práticas e influenciando positi- vamente – quanto para a cobrança de medidas e ações dos poderes públicos, organizadamente, em temas que possam amenizar os efeitos da crise que atravessamos. Na prática, quais tipos de temas poderiam ser citados como exemplos? São questões, por exemplo, ligadas à liberação de linhas de crédito especiais, carência no reco- lhimento de tributos, isenção de determinadas obrigações, mudanças na legislação, enfim, tudo que um grupo associado conseguirá fazer com mais força do que um empresário individualmente, por mais força que tenha. Literalmente, a UNIÃO pode fazer a força. A ABLA montou um comitê de crise. Acha esse tipo de atitude – compartilhar debates e decisões – o mais sensato nesse momento? Um comitê de crise é fundamental, aliás os comi- tês ou grupos de trabalho são uma eficiente ma- neira de conduzir os trabalhos de uma associação, aproximando os seus associados e os funcionários dos associados, dos trabalhos e propósitos da mesma. Uma associação consegue alcançar mais resultados quando mantém comitês formados por associados, agrupados em temas de relevância. Esse é um eficaz caminho para apresentar seus trabalhos, resultados e propostas que venham ao encontro aos interesses dos associados e também a comunidade na qual está inserida. Como a entidade pode convencer seu associado de que fortalecer o setor ao qual faz parte é uma prioridade, mesmo em tempo de redução de receitas? Antes desse convencimento, é muito importante que a associação esteja alinhada com as boas práticas de gestão, que esteja alinhada com os princípios da boa governança; que seus estatutos e regimentos internos consigam refletir todos os propósitos da associação. Esse é um ponto muito importante para que o associado acredite e empenhe recursos e tempo na atividade associa- tiva; por outro lado é bom relembrar que todas as associações passam por ciclos, alguns de maior produção e outros ciclos sem tantas realizações ou ações, sendo que essa sazonalidade faz parte da vida associativa. Cabe aos entusiastas da cau- sa sempre buscar atualizações, novos caminhos, pautas que congreguem o maior número de asso- ciados, de maneira que o entusiasmo se mantenha em patamar de combustão para que as atividades consigam ser levadas à frente. Entrevista “A ASSOCIAÇÃO É O CANAL PARA QUE DETERMINADOS TEMAS, QUE NÃO PODEM SER TRATADOS INDIVIDUALMENTE PELAS EMPRESAS, FAÇAM VOZ E ATINJAM SEUS OBJETIVOS” E quanto à visão dos associados? O que é importante ter em mente para entrar e continuar fazendo parte da associação? É importante que os associados compreendam que, sem a participação individual, voluntária, do colegiado que a integra, uma associação não conseguirá prosperar muito tempo, mesmo que ela tenha uma diretoria executiva forte, com bons profissionais no dia a dia da gestão. Se não existir o engajamento das empresas associadas e seus profissionais, o alcance não será tão efetivo. Acredito, pela experiência ao longo dos anos, que a geração de dados confiáveis, a utilização de recursos tecnológicos disponíveis e a existência de um canal aberto e direto com os representantes dos associados são fundamentais para a valorização da entidade, tornando-a prioridade, mesmo em tempos de redução de custos nas empresas. A associação é o canal para que determinados temas que não podem ser tratados individualmente pelas empresas, façam voz e atinjam seus objetivos junto à comunidade e entes públicos. Como o associativismo poderá sair mais forte desse momento atual? Mostrando seu valor, gerando conteúdo de qualidade, buscando soluções que reflitam a necessidade dos associados junto aos poderes públicos. Estando ao lado dos associados e abraçando uma causa de importância na comunidade na qual a associação está inserida, que consiga transcender os limites da atividade