Revista Locação 112

18 COM A CONFIRMAÇÃO DE NOVA QUEDA NA SELIC – 0,5 ponto em dezembro –, economistas seguem com a expectativa de aceleração no ritmo do corte de juros em 2024. Para o Itaú, a projeção é de que a taxa básica fique abaixo dos 10% (em dezembro, era de 11,75% ao ano). O economista do Itaú, Igor Rose, esteve no mais recente Fórum das Locadoras e fez mais algumas considerações sobre como deve se comportar a economia brasileira neste ano de 2024, segundo as estimativas do banco. Nesse sentido, o cenário externo marcado por guerras afeta a expectativa de não-redução na taxa de juros nos Estados Unidos, com reflexo aqui no Brasil. “A nossa projeção é que a taxa básica de juros aqui fique em 9,5%, o que ainda é uma taxa alta, principalmente em relação ao período anterior à pandemia. De qualquer maneira, para um setor como o das locadoras, que depende de crédito, a boa notícia é que o nível de obtenção de empréstimos está em ritmo de retomada”, avalia Igor Rose. O economista acredita que a inflação ficará meio ponto percentual acima da meta do governo (3%). Por sua vez, o PIB de 2024 será menor que o projetado para 2023. Na visão do Itaú, o país deverá crescer 1,8%, abaixo dos quase 3% de crescimento a ser confirmado do ano passado. Para o banco, esse comportamento do PIB não é sinal de crise, e sim de estabilidade na economia. “2023 foi um ano em que o clima e o agro ajudaram bastante no crescimento”, lembra Rose. “Para 2024, os riscos são o câmbio e o controle de gastos do governo. Será um ano de desafios”. Mais projeções Essa análise cautelosa é compartilhada por outras instituições, como o Banco Safra, que acredita em crescimento menor em 2024, pelo menos nos primeiros meses, não apenas para o Brasil, mas no mundo todo. Para o Safra, o IPCA ficará em 4,6% nesse ano, dentro da banda da meta. A projeção de inflação ao consumidor para 2024 é de 3,5%, incluindo o já anunciado aumento de ICMS sobre combustíveis. O banco acredita que, nesse ambiente, o Banco Central poderá continuar a reduzir a taxa básica de juros até 8,75% ao ano, índice que poderá ser atingido no final de 2024. Dessa forma, a redução da taxa Selic impulsionaria o mercado de crédito e reduziria o comprometimento de renda das famílias com serviço de dívida. Outro fator que beneficiará o poder de compra é a própria queda da inflação, o que sustenta a expectativa do Safra de aumento do consumo das famílias em 2,9% no próximo ano. O BRASIL VAI CRESCER EM 2024? IGOR ROSE, ECONOMISTA DO ITAÚ: “OS RISCOS SÃO O CÂMBIO E O CONTROLE DE GASTOS DO GOVERNO. SERÁ UM ANO DE DESAFIOS” Cenário

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