Revista Locação 105

35 ESG SEGUNDO ESTUDO DO IPCC, no Brasil 13% do CO2 despejado na atmosfera é proveniente de escapamentos. Ainda que nosso índice fique abaixo da Europa e dos Estados Unidos, a redução do impacto dessas emissões de poluentes está na mira do setor de transportes. Do ponto de vista de compromissos com a despoluição, a legislação brasileira avança de forma gradual. Em 2023, o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores, o Proconve, terá parâmetros mais rígidos para as emissões entre veículos pesados, comparáveis aos adotados na Europa. De qualquer forma, a neutralização da emissão de CO2 produzida pelos veículos é um caminho sem volta, no Brasil e no mundo. No setor de locação, cuja frota é formada principalmente por veículos leves, as primeiras medidas ao encontro da descarbonização estão sendo adotadas. As locadoras, que hoje possuem mais de um milhão de veículos em suas frotas, também serão afetadas por esse esforço, as iniciativas pelo chamado carbono neutro. Assinale-se que a realidade das frotas das locadoras é bem diferente da frota circulante no Brasil como um todo. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, o Sindipeças, essa frota chega a 45 milhões de veículos leves, dos quais 56,8% foram produzidos antes de 2013. O fato de os ativos das locadoras terem em média pouco tempo de uso (27,4 meses, segundo o último Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos), coloca a atividade em uma situação privilegiada para ser exemplo na tendência de descarbonização. Outra possibilidade para contribuir com essa frente é a eletrificação da frota, algo ainda distante, mas que não deixa de estar no radar das empresas. A Localiza, por exemplo, possui um programa de descarbonização desde 2019. Por meio dele, a empresa investe os chamados créditos de carbono para compensar suas emissões. Os recursos estão sendo aplicados em atividades de manejo florestal sustentável, no Amapá. A Unidas relata que está progressivamente compensando suas emissões e que o objetivo é zerá-las até 2028. Em 2020, a locadora compensou 143 mil toneladas de CO2, referentes a emissões do ano anterior. Na Movida, existe um compromisso de ser carbono zero até 2030. A locadora firmou uma parceria com a ONG Black Jaguar Foundation, pela qual deve plantar um milhão de árvores até o final deste ano, contribuindo com um dos maiores projetos de reflorestamento do mundo: o Corredor de Biodiversidade do Araguaia. Outras empresas ligadas ao setor, como a Ticket Log, anunciaram também seus projetos de compensação de emissões de carbono. No caso da Ticket Log, o programa é global, conduzido pelo grupo Edenred, ao qual a marca pertence. O programa foi lançado simultaneamente no Brasil, Argentina, México e Europa, e está previsto para outros países em breve. Um de seus objetivos é reduzir e evitar as emissões de gases de efeito estufa de seus clientes, bem como conscientizá-lo e auxiliá-lo a gerir sua frota, incluindo as emissões e seu impacto ambiental. Segundo a própria empresa, a Ticket Log tem potencial no Brasil para compensar 4,4 toneladas de emissões de CO2 e 13,3 milhões de litros de combustível até o final de 2022. PRIMEIROS PROGRAMAS DE DESCARBONIZAÇÃO DA FROTA COMEÇAM A SAIR DO PAPEL

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