Revista Locação 103

19 Sustentabilidade FOTO: ANDERSON RODRIGUES TEM SE TORNADO RELEVANTE para as empresas privadas o olhar para os negócios por uma perspectiva mais abrangente, a partir do seu papel na sociedade, no meio ambiente e na economia. Estratégias de sustentabilidade começam a ser vinculadas às do negócio propriamente dito, a partir da ideia que os resultados também dependem da geração de valor compartilhado, do exercício do seu papel enquanto empresa cidadã e do investimento como forma de gerar impacto para as pessoas e para o planeta. A sigla ESG (que reúne aspectos Ambientais, Sociais e de Governança, em tradução livre) engloba essas práticas sustentáveis. E, ainda, também se conecta diretamente com quem financia negócios pelo mundo. “O dinheiro tende a ser mais barato, abundante e paciente para quem leva em consideração os princípios ESG”, diz a diretora de programas da NINT – Natural Intelligence, Tatiana Assali. A NINT é especializada em consultoria e avaliação em ESG e, ainda conforme Tatiana, “na direção contrária o capital pode ficar mais caro e escasso para quem não atua dentro da lógica ESG”, alerta. Ou seja, o mercado de capitais já leva muito em conta a sustentabilidade e, dentro dessa visão de valorização do desenvolvimento sustentável, ESG passa a ser essencial para a perpetuação dos negócios. Tudo isso ganha força no radar do setor de locação de veículos. “A agenda ESG começa pela gestão de riscos, mas, ao final, se torna uma agenda de oportunidades”, defende Tatiana, da NINT. Um aspecto que salta aos olhos, por exemplo, são as medidas que deverão ser adotadas para neutralizar as emissões de CO2. Estimativas indicamque o transporte seja responsável por 20% dessas emissões em todo o mundo. Desde o início da década passada, o setor de transportes se movimenta para oferecer alternativas de controle dessa carga poluente, contribuindo para a redução do efeito estufa e do aquecimento global. O setor de locação será cada vez mais um aliado nesse esforço, uma vez que a característica básica do aluguel de carros é exatamente a do compartilhamento. Nesse sentido, a economia compartilhada já está se impondo como uma das principais tendências ligadas às práticas ESG. A diretora de comunicação e sustentabilidade da Localiza, Rozália Del Gaudio, reitera que a agenda ESG impõe um olhar mais abrangente para os negócios, que reconheça o papel da empresa na sociedade, no meio ambiente e na economia, buscando lidar com esses fatores da melhor maneira possível. “Nós, por exemplo, escolhemos os pilares de mobilidade sustentável, educação e empreendedorismo para transformação social e cultura e governança de classe mundial. Em cada um dos pilares há projetos, indicadores e governança”, ilustra a diretora. Como exemplo de estratégia entre as locadoras, ela cita os quatro pontos para fazer frente aos desafios do ESG: avançar para a economia de baixo carbono; estimular a direção segura; construir TATIANA ASSALI, SÓCIA DIRETORA DE PROGRAMAS NA NINT

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