13 quiser evitar problemas com o abastecimento de semicondutores. A empresa realizou recentemente a pesquisa “Sobrevivendo à tempestade do silício”. O levantamento destaca que a indústria precisa substituir a mentalidade just-in-time por um planejamento de suprimentos de longo prazo para componentes essenciais. Além disso, as montadoras e fornecedores de peças também precisam colaborar mais com os fabricantes de semicondutores em todos os pontos do processo de projeto e produção. A pesquisa conclui que as empresas automotivas precisam se adaptar. Entre as principais mudanças que podem colocar as montadoras em uma melhor posição competitiva estão a colaboração mais próxima com os fabricantes de semicondutores e também considerar investimentos diretos para o aumento da capacidade de fabricação de chips. VENDAS NO VAREJO E VENDAS PARA LOCADORAS De um modo geral, historicamente o consumidor de varejo olha o que cabe no bolso a cada mês, e não o preço total do veículo. Partindo desse princípio, como o poder aquisitivo das famílias não tem acompanhado a alta de preços dos veículos, é possível projetar que a oferta para as locadoras possa vir a melhorar no médio prazo. Ainda sob o ponto de vista das vendas no varejo, há a inflação em alta e os juros mais caros, que puxam a prestação mensal dos financiamentos para cima. “E o desemprego no país segue alto, com a renda familiar comprometida com o pagamento de dívidas”, diz José Augusto Amorim, da GlobalData. “Tudo isso acaba impactando o crédito”. Para as montadoras, a questão mais imediata é mesmo a de ter acesso às peças para a fabricação. “O estoque tem melhorado, mas as vendas ainda estão patinando, porque veículo novo hoje é muito caro tanto para as pessoas físicas, como até para as empresas”, avalia Amorim. BRASIL TAMBÉM VAI FABRICAR MICROCHIPS? A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) acredita que as dificuldades com a escassez de semicondutores possam ser atenuadas com a melhoria na capacidade de produção desses componentes, inclusive a partir da criação de novas fábricas no Brasil. Segundo a entidade, os gargalos estão sendo administrados e a expectativa é de que haja melhora no quadro atual. “As estimativas iniciais dão conta de que o Brasil poderá investir cerca de R$ 10 bilhões, num esforço conjunto do governo, iniciativa privada e universidades. É uminvestimento expressivo, mesmo quando comparado com outros mercados. A pandemia fez com que cada país tivesse que repensar estrategicamente a sua produção local”, disse o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, durante encontro com a imprensa. Para a consultoria KPMG, a indústria automotiva precisa, de fato, reavaliar com urgência seu modelo de negócios se Capa UM AUTOMÓVEL USA CERCA DE TRÊS MIL CHIPS, ENQUANTO UM SMARTPHONE PRECISA “APENAS” DE 300 MÁRCIO DE LIMA LEITE: “A PANDEMIA FEZ COM QUE CADA PAÍS TIVESSE QUE REPENSAR ESTRATEGICAMENTE A SUA PRODUÇÃO LOCAL”
RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=