Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos | 2020

13 2020 Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos Brazilian Vehicle Rental Sector Yearbook Carlos Cesar Rigolino Junior Presidente da FENALOC President of FENALOC juros; (2) a entrega dos veículos novos por parte das montadoras, até agora, está dentro do prazo normal; e (3) a demanda está aquecida, na medi- da em que o setor cresce acima da média. Apesar disso, “a conta não está fechando”, muito por causa da brutal “guerra de preços” no nosso setor: estamos trabalhando com tarifas até 30% mais baixas em relação às praticadas há dois anos. Tal “guerra” é custeada por diversos fatores, mas o principal deles tem sido a agres- siva política de descontos às grandes locadoras. Há, ainda, uma elevada taxa de inadimplência no setor público, em grande parte das prefeituras e em alguns governos estaduais, atrapalhando o fluxo de caixa das empresas que atendem ao go- verno. E antigos problemas como a Súmula 492, assim como o aumento dos casos de apropria- ção indébita de veículos de locadoras. Na nossa função é preciso estar atento a es- sas e outras questões que requerem cuidados o tempo todo. Nisso estão incluídos projetos de leis e resoluções do Contran e do Denatran, emitidos constantemente, que às vezes nos surpreendem por trazer problemas às locadoras. Estamos mo- nitorando sete projetos de lei (todos danosos) e continuamos tentando promover alterações na área de multas de trânsito, para que as notifica- ções sejam encaminhadas ao motorista infrator e sejam cobradas diretamente destes. Não bastasse, sofremos com mecanismos criados para favorecer determinados grupos ou políticos. Nesse sentido, cresceu, por exemplo, o debate sobre a redução do valor a ser pago pelo seguro obrigatório (DPVAT), que tem finalidade social indiscutível, mas com valores que, desco- brimos, estavam muito acima das despesas que deveriam cobrir. As locadoras dificilmente conseguem trans- ferir custos adicionais ao cliente final, reduzindo assim ainda mais suas margens de rentabilida- de. Temos outros exemplos gritantes: as placas Mercosul, que chegaram a custar R$ 250 o par (sendo que o modelo antigo não passava de R$ 70); e o aumento injustificável da taxa de aliena- ção fiduciária cobrada pelos Detrans, que pas- sou de R$ 116 (em média) para R$ 350, no “apa- gar das luzes” de 2018. Tais aspectos deixam clara a importância de uma ampla participação das locadoras nos seus sindicatos e na ABLA. Nós, da FENALOC, esta- mos iniciando um trabalho de apoio aos sindi- catos filiados que, hoje, se encontram em difícil situação financeira. Em sintonia com a ABLA, participamos do seu Conselho Gestor e temos diálogo franco, aberto e constante com o pre- sidente Paulo Miguel Junior, que dá suporte e incentivo às nossas iniciativas. Contamos, tam- bém, com o apoio da Confederação Nacional do Transporte (CNT), na qual fazemos parte da Câ- mara de Assuntos Trabalhistas (CAT) e da Seção de Infraestrutura de Transporte e Logística. Enfim, a era industrial está acabando e inú- meras empresas passam por crises internas no processo de transformação digital. O momento é de automatizar, focar nos custos e buscar nichos que se adaptem melhor às nossas empresas, en- quanto temos de reinventar os nossos negócios. É como trocar o pneu com o carro andando. Os próximos 10 a 20 anos serão duros, exigin- do ainda mais dedicação e adaptação. Tenham certeza de que a FENALOC estará engajada na busca de soluções para todas as locadoras, prin- cipalmente para as pequenas e médias, que são as que mais têm sofrido. Seguiremos como mais um importante elo para o nosso setor e vamos em frente: estamos preparados para os desafios.   Divulgação ABLA

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=