Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos | 2018
9 2018 Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos Brazilian Vehicle Rental Sector Yearbook E m meio à enxurrada de responsabilidades que envolvem a tomada de decisões dos empresários do nosso setor, com foco na so- brevivência e no crescimento da atividade de locação, nós também estamos passando por um momento de revisitar nossos modelos de negócios. As locadoras têm customizado o uso de tecnologias, adotado critérios inteligentes para a logística das frotas e aplicado a experiência em compartilhamento de veículos para a bus- ca de mais e de novos nichos de clientes. Tudo isso, sem perder de vista o ponto de equilíbrio no custo/benefício dos serviços prestados. Paralelamente, empresas de pequeno e mé- dio porte têmvisto na regionalização umcaminho para manter seus rendimentos, trabalhando em um espaço geográfico mais cativo de clientes. E também temos visto a absorção de locadoras por grandes “players”, dentro de um modelo que é realidade em vários outros segmentos, graças ao dinamismo das economias local e mundial. Esse atual ambiente de negócios recomen- da muito tino empresarial e cuidado redobra- dos. Levando em consideração que temos de dedicar esforços para atender demandas cada vez mais criteriosas, aquele “balcão de locado- ra” nos moldes antigos tende a ir parar nas pá- ginas de livros de recordações. Os associados da ABLA sabem que os si- nais de mudança têm crescido e que eles se refletem em todas as categorias e formatos de contratos de aluguel. São cada vez mais clien- tes com olhar atento para a gama de novidades que não cansam de surgir na chamada “nova era” do compartilhamento. Nos centros urbanos, nas médias e até nas pequenas cidades, há um alerta geral em torno de soluções para a mobilidade. Existem barrei- ras a serem quebradas e, entre elas, está o bai- xo grau de investimentos dos poderes públicos na área de transportes, assim como a visão ain- da restrita sobre a real importância da locação para os projetos eficazes de mobilidade. Forçosamente, esses paradigmas vão mu- dar. E isso vai acontecer mais cedo ou mais tar- de, exatamente a partir da crescente diferença entre as exigências baseadas nos velhos há- bitos, diante das novas necessidades de uso inteligente e compartilhado dos meios de trans- porte. Até nossa legislação tenta avançar nesse sentido. A Política Nacional de Mobilidade Ur- bana, instituída pela Lei nº 12.587, estabeleceu os objetivos para que o desenvolvimento das cidades ocorra em alinhamento com a mobi- lidade urbana. Isso precisa passar, por exem- plo, pelo estímulo para que empresas, órgãos públicos e cidadãos deixem de gastar com carros próprios. Não à toa, fabricantes e montadoras já co- meçaram a abrigar o aluguel em seus negócios. Isso não surpreende o nosso setor, principal- mente porque desde sempre o “DNA” do com- partilhamento faz parte do nosso negócio. Afinal, as locadoras foram as primeiras a deixar veículos à disposição, como alternativa aos interessados em evitar gastos com frotas próprias. É interessante notar que, nesses tempos em que tanto se ouve sobre soluções ‘disrup- tivas’, também seja preciso relembrar o óbvio, ou seja, que a locação é o mais original dos compartilhamentos. Dentro de pouco tempo, acredito até que vamos deixar de ouvir o termo “aluguel de automóveis”, para passar a falar somente em “compartilhamento de veículos”. Isso não nos assusta: já somos nós os verda- deiros pioneiros dessa prática. Divulgação ABLA Paulo Miguel Júnior Presidente do Conselho Nacional da ABLA
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