Anuario ABLA - 2015

35 A via utilizada para chegar aos objetivos era o benchmarking (processo em que uma empresa aprende com outras do próprio segmento de atuação as melhores práticas para funções semelhantes). Como os clientes da terceirização de frotas já eram muito exigentes desde aquela época, as locadoras que conseguiram conquista-los foram as que, antes disso, souberam acompanhar e assimilar as práticas das grandes empresas do setor. “Eu mesmo aprendi muito com elas e aliei este conhecimento ao meu natural instinto de servir os clientes da maneira mais eficiente”, revela Luiz Mendonça Filho. “Ganharam mercado somente as locadoras que também desenvolveram essa expertise e que tentaram ao máximo fazer com que os clientes atendidos se sentissem satisfeitos e seguros em relação ao serviço prestado”. Além disso, saber observar foi outra das características importantes dos empresários de sucesso que estão até hoje no setor de locação. Trata-se de enxergar onde estão as dicas, ouvir as críticas e analisar os atos dos clientes. “A partir disso é possível ampliar o negócio e aperfeiçoar a prestação de serviços”, diz o empresário baiano. Para exemplificar, ele cita que na década de 70 era usual no Nordeste que os clientes dos táxis, na necessidade de um veículo por um ou mais dias, procurassem os taxistas com a proposta de pagar por diárias, e não pelas corridas. A constatação dessa prática também está entre os motivos que levaram alguns empreendedores da região a ingressarem no setor de locação. “Não havia um mercado evoluído de aluguel, mas descobrimos que havia oportunidades de negócios”, conta ele. “E isso se deu muito em função da observação do comportamento dos clientes dos táxis”. As locadoras de veículos da Bahia e de todo o Nordeste tiveram de rapidamente buscar o aperfeiçoamento e a inovação, impulsionando o desenvolvimento da terceirização de frotas e do setor como um todo na região. “Tivemos de aprimorar métodos, desburocratizar e tornar mais ágeis os trâmites para otimizar a prestação dos serviços de terceirização”, confirma Luiz Mendonça Filho. “Especificamente na Bahia, esse ritmo de profissionalização ganhou um enorme impulso após a instalação do Polo Petroquímico de Camaçari”. A partir dali, o estado e o setor de locação de veículos começaram a se transformar, já que grandes clientes passaram a precisar da terceirização de frotas para suas operações. “As experiências com as empresas que estavam no Polo Petroquímico foi um dos principais fatores que fizeram com que o setor ganhasse o impulso definitivo na região”, afirma o ex-conselheiro da ABLA. Assim, boa parte das locadoras do Nordeste, e principalmente as que atuavam na Bahia, passaram a sonhar mais alto e a competir como “gente grande”, atendendo com a qualidade necessária inclusive as empresas multinacionais da região. “Havia multinacionais que já naquela época mantinham convênios mundiais com as locadoras globais”, lembra Luiz Mendonça Filho. “Começamos a derrubar esse engessamento a partir da demonstração de que também as empresas locais já possuíam condições de atendê-las com alta qualidade, por um preço dentro da realidade do mercado brasileiro”. Saindo do passado e vindo ao presente, a partir da experiência de 38 anos com a locação de veículos, Luiz Mendonça Filho diz que a participação da terceirização de frotas no Brasil ainda é muito pequena. “A existência de frotas corporativas terceirizadas no País gira em torno de 5% a 8%, enquanto na Europa e nos Estados Unidos isso chega a 50%”. Mesmo assim, ao olhar para o horizonte de 2015 o empresário é otimista: “a nossa expectativa é que o setor continue crescendo, com a expansão de negócios para novas regiões a partir dos esforços de marketing e da força de vendas das locadoras”. Como se pode observar, onde muitos só veem dificuldades, Luiz Mendonça Filho segue enxergando também as boas oportunidades. Luiz Mendonça Filho Ex-Conselheiro Nacional da ABLA Former ABLA National Councilor

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